A paixão pelas ondas e o desejo de transformar o futuro da molecada do Complexo do Alemão fez Wellington Luz, de 38 anos, mergulhar de cabeça no Surf no Alemão, projeto que leva esporte e esperança de dias melhores às novas gerações da comunidade da Zona Norte. "Trabalhei vendendo 'sanduba' no Arpoador, aos 16 anos, e vi o surf de perto. Quero que eles entendam que o mundo não é só a violência que os cerca", explica ele. "A adesão é simples: assiduidade na escola, notas média B e ajudar em casa."
Os treinos acontecem na Praia da Macumba, na Zona Oeste. Com aulas gratuitas, o curso atende jovens e crianças com aulas de libras, inglês e, lógico, surf. "A grande maioria ama ir para a praia. Atraímos pela vontade de estar no mar", diz ele, que vê os benefícios do esporte na garotada, com idade entre 8 e 17 anos. "Muitos eram agitadíssimos. Agora, estão com calma e foco. Isso gera reflexos na família. O esporte salva", garante.
Com a pandemia, o maior desafio do Surf do Alemão é gerar recursos. "Nosso único parceiro é o CIEE/RJ, que disponibiliza vagas para que o aluno possa ajudar na renda familiar ou investir em cursos."