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Cria do Jacarezinho inova ao criar 'bolo de feijoada'

Debora dos Santos Silva sustenta os três filhos com os doces que faz há seis anos

Debora teve a ideia da receita no fim do ano passado
Debora teve a ideia da receita no fim do ano passado -
Já imaginou um bolo com arroz, feijão, farofa e couve, como uma feijoada? Pois Debora dos Santos Silva, de 34 anos, foi além do pensamento e colocou em prática a iguaria dentre os doces que vende. Mas por enquanto, a cria do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, apenas simula os ingredientes do tradicional prato brasileiro para seus clientes. A receita, aliás, faz muito sucesso.
"Uma amiga pediu um bolo de morango, mas como eu não tinha morangos frescos, falei que iria fazer outro e ela disse que confiava em mim. Pensei na receita, fiz o bolo, entreguei e postei nas redes sociais. Do nada, meu telefone começou a tocar e o post teve várias curtidas e comentários", relembra Debora, sobre a iguaria, feita pela primeira vez no final do ano passado.
Parece ou não uma feijoada? - Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Para fazer o "bolo de feijoada", a cozinheira usa coco ralado para simular o arroz e a couve, sendo que no segundo aplica corante industrial. Já o feijão é substituído por gotas de chocolate e a farofa é feita de paçoca e amendoim.
CHEFE DE FAMÍLIA
Mãe de três filhos, um menino de 13 anos e duas meninas, uma de 15 e outra de 10, Debora começou a vender doces há seis anos para complementar a renda da família. Ela conta que, desde então, investe nas receitas entre um trabalho e outro.
"Quando eu comecei a fazer, era para ter uma renda, porque eu não trabalhava. Como não tinha condições de me manter, pensava em um trabalho, fazia trabalho de limpeza, fazia um bolinho, deixava em casa para vender", conta, dizendo que as receitas para os seus doces vieram da Internet e da sua cabeça.
A empreendedora está enfrentando dificuldades para manter o negócio - Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Com dificuldades para manter a família sozinha, a cria do Jacarezinho diz que sempre procurou vender algo para não faltar nada em casa. Além dos bolos, ela já chegou a fazer sacolés, sucos, empadas e bolos de pote.
"Eu já trabalhei em várias coisas, em gráfica, em loja de roupas... trabalho com o que tem, o que aparece eu faço", avisa.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
Desde a pandemia, Debora tem enfrentando uma dificuldade maior para manter a renda da família. Em julho do ano passado, ela perdeu um emprego que tinha de auxiliar de produção. Desde então, ela não consegue atender a todas os pedidos porque não tem condições de comprar os ingredientes.
"Meus clientes dizem que minha receita é uma delícia. Esses dias, um menino comprou um bolo de mim e veio de longe até a entrada da comunidade buscar. Ele comprou para o aniversário dele e disse que os amigos estavam loucos com o bolo", alegra-se.
Os ingredientes tradicionais da feijoada são substituídos por doces - Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Para não parar a produção, a empreendedora fez uma vaquinha virtual para arrecadar R$ 10 mil. A ideia é ela equipar sua cozinha e comprar utensílios para ajudar no trabalho.
"Com o dinheiro da vaquinha, quero pelo menos dar aquela levantada, comprar bastante tabuleiro e, se sobrar, comprar uma moto, mesmo que seja de segunda mão", projeta. Até o momento, a campanha arrecadou apenas R$ 275, através de duas doações.
Debora teve a ideia da receita no fim do ano passado Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
A empreendedora está enfrentando dificuldades para manter o negócio Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Debora Silva com seu 'bolo de feijoada': ela faz doces há seis anos Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Parece ou não uma feijoada? Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

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