Consultas on-line na Maré

Redução no tempo de espera do SUS, agilidade na entrega de exames, mais facilidade no acompanhamento de doenças crônicas e menos lotação nas unidades de saúde. Esses são alguns dos resultados do Saúde Digital na Maré, projeto-piloto do SUS Digital que já transformou a rotina de quem precisa de atendimento com profissionais de saúde na favela da Maré.

A iniciativa oferece consultas on-line com médicos e enfermeiros para os moradores da Maré, que agora podem ser atendidos sem sair de casa. Só no primeiro semestre de 2025, foram realizadas 1.031 teleconsultas nas seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território: Adib Jatene, Américo Veloso, Augusto Boal, Diniz Batista dos Santos, Jeremias Moraes da Silva e Vila do João.

Além de ampliar o acesso, o projeto também melhora o fluxo dentro das UBS, liberando mais vagas para consultas presenciais e agilizando os retornos de resultados de exames.

O Saúde Digital na Maré é fruto de uma articulação entre o Ministério da Saúde, a Fiocruz, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio e a Redes da Maré, que atua a partir de sua experiência e metodologia de mobilização e articulação territorial, contribuindo para a sensibilização dos moradores do serviço e dos profissionais de saúde.

"A iniciativa parte da compreensão de que políticas públicas efetivas precisam dialogar com as realidades locais onde serão implantadas. Por isso, o Saúde Digital está sendo desenvolvido a partir de uma experiência concreta, de vivência e escuta da população local, em um território de favela expressivo como a Maré, que tem 140 mil pessoas e é maior que 96% dos municípios brasileiros. Essa dinâmica produz dados e inovação, fortalecendo o direito à saúde pública dos moradores", comenta Carolina Dias, coordenadora da Redes da Maré.

As teleconsultas começaram com atendimentos feitos por médicos e enfermeiros e se expandirão para psicólogos, nutricionistas e farmacêuticos. Para ter acesso, basta se cadastrar no aplicativo gratuito MinhaSaúde.Rio ou no site 'www.minhasaude.rio'. Atualmente, o agendamento das teleconsultas é feito pelo profissional de saúde que acompanha o paciente na Unidade Básica de Saúde, mas a plataforma também permite marcar consultas presenciais e acompanhar encaminhamentos feitos pelo SUS.

Com a experiência bem- sucedida na Maré, a expectativa é que o modelo seja replicado em outras favelas e periferias do Brasil, ajudando a construir políticas públicas baseadas em dados e na realidade dos territórios populares.