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Com desafios, Tarifa Zero AVANÇA

Por Meia Hora

Publicado em 28/09/2025 00:00:00 Atualizado em 28/09/2025 00:00:00
Tarifa Zero

As políticas de transportes públicos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro estão em um cenário onde, de um lado, uma onda de Tarifa Zero alcançou 9 dos 22 municípios da metrópole, enquanto de outro, trabalhadores ainda chegam a gastar até 35% da renda com passagem, segundo dados do DOT, o relatório De Olho no Transporte 4.

A desintegração, o preço das passagens, a falta de qualidade e segurança são problemas antigos que quem depende do transporte público vive na pele todos os dias. A Casa Fluminense e sua Rede de Lideranças têm uma luta histórica de mais de 10 anos através do Triplo Zero, pedindo pela garantia de zero tarifa, zero emissões e zero mortes nos transportes.

O DOT 4 traz um panorama sobre os impactos das emissões na metrópole fluminense, o que evidencia a falta de políticas que diminuam o peso da tarifa no bolso de quem mora e precisa acessar a capital, das emissões que necessitam de posição política e da falta de investimento em soluções de mobilidade mais sustentáveis.

Onde a Tarifa Zero avançou, as mudanças já são percebidas pelos usuários, como em Itaboraí, que é uma das cidades onde o transporte gratuito já é uma realidade.

"A Tarifa Zero aumentou o fluxo de passageiros no dia a dia, a facilidade de acesso à equipamentos de cultura, mas o impacto final não é 100% positivo", compartilha Inara Souza, integrante da Agenda Itaboraí 2030.

No município, apesar da conquista, os moradores ainda estão na luta, não querem só ter tarifa zero, mas com garantia de qualidade. "Funcionavam 29 linhas e, com a mudança, para o tarifa zero, somente 19 linhas estão rodando, e isso está prejudicando a vida do morador", completa Inara.

Enquanto as políticas de transporte municipais avançam de forma isolada, a metrópole segue desintegrada, com as tarifas intermunicipais altas, pesando muito no bolso de quem mais precisa. Essa é a realidade do João Luiz, produtor e morador de Nova Iguaçu, município que ainda não possui tarifa zero. "Eu já cheguei a gastar R$800 de passagem de transporte público por mês", relata o jovem.

A luta pela Tarifa Zero, fortalecida pela sociedade civil, mostra que transporte gratuito e de qualidade é mais do que acesso: é participação, transparência, menos poluição e mais justiça. O Triplo Zero aponta para uma mobilidade sustentável, segura e capaz de transformar a RMRJ.

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