Por mais protagonismo feminino
Por Meia Hora
Publicado em 12/10/2025 00:00:00 Atualizado em 12/10/2025 00:00:00Com mais de 60 anos de atuação no combate à pobreza, o Instituto da Providência segue sendo uma referência em inovação social e desenvolvimento comunitário no Rio. Por meio do projeto Mulher Potência Empreendedora, a organização vem impulsionando o protagonismo de mulheres da Zona Oeste, unindo capacitação, geração de renda e valorização da cultura periférica.
Desde 2022, o projeto já beneficiou mais de 1.700 mulheres, gerou 684 novos negócios e distribuiu 364 recursos semente para capital de giro. Em 2025, foram criadas 16 turmas com mais de 1.100 horas de conteúdo, incluindo mentorias com o Sebrae. O resultado é expressivo: oito em cada dez participantes passaram a gerar renda própria, transformando suas vidas e territórios.
Reconhecida pela Fundação Banco do Brasil como Tecnologia Social, a metodologia do projeto integra formação técnica, desenvolvimento socioemocional e incentivo à autonomia financeira. Além disso, o Instituto mantém a rede Negócio de Mulher, que reúne mais de 1.200 empreendedoras, oferecendo apoio, trocas e oportunidades de mercado.
O fomento financeiro também é parte essencial da estratégia. Em 2025, 161 empreendedoras receberam R$1.500 cada em rodadas de 'pitchs', garantindo investimento direto em seus negócios. Para Jocilene Julião, gerente de projetos sociais, essa etapa "fortalece a autoestima e a autonomia feminina, gerando impacto real nas comunidades".
"A valorização da cultura periférica do Rio de Janeiro se consolida pelo fortalecimento das camadas da população que são o berço da criação de uma indústria cultural espontânea. Moda, beleza e gastronomia são setores acessíveis e promissores para quem vive na ponta", afirma Maria Garibaldi, diretora executiva do Instituto da Providência.
Em 2024, o perfil das participantes revelou a força dessa transformação: 80% são chefes de família, 76% têm mais de 30 anos, 79% são negras ou pardas e 54% não concluíram o ensino médio. Histórias que comprovam que, quando uma mulher periférica prospera, toda a comunidade avança junto.