Sepetiba ganha projeto pela saúde da mulher negra
Por Meia Hora
Publicado em 16/11/2025 00:00:00 Atualizado em 16/11/2025 00:00:00As desigualdades raciais na área da saúde continuam afetando profundamente a vida das mulheres negras no Brasil, especialmente nas periferias, onde o acesso ao cuidado é limitado. É diante desse cenário que o Instituto Águas do Amanhã (ICAA) vem desenvolvendo o Projeto Saúde da Mulher Negra, em Sepetiba. O propósito dessa iniciativa é promover o protagonismo de mulheres negras na elaboração de políticas públicas de saúde, colocando suas demandas e experiências no centro do debate público.
A ideia de criar um projeto voltado para a atenção feminina surgiu a partir da escuta e da vivência de mulheres de Sepetiba, que enfrentam desigualdades raciais, de gênero e barreiras no acesso à saúde, contou a Iyalorixá Roberta Costa, fundadora do ICAA. Mas foi em 2024, com a chegada da ONG Criola com o Núcleo de Saúde da Mulher Negra, que a construção do projeto se fortaleceu, trazendo formação política, apoio técnico e ampliando a capacidade de incidência feminina. Nas atividades conduzidas no projeto, são debatidos temas como racismo institucional, acesso à saúde, autocuidado e políticas públicas, de forma acolhedora e acessível.
"As rodas de conversa e as formações têm sido espaços fundamentais de troca, escuta e aprendizado coletivo. Nelas, as mulheres compartilham vivências, reconhecem suas histórias e constroem juntas novas formas de enfrentar as desigualdades que atravessam suas vidas. Esses encontros fortalecem o protagonismo feminino ao estimular a fala e a ação política a partir da realidade de cada participante. Ao compreenderem como o racismo, o machismo e as desigualdades territoriais impactam diretamente sua saúde e seus direitos, as mulheres passam a atuar com mais autonomia e confiança — dentro de suas comunidades, nas associações locais e até nas discussões com o poder público", explica a Iyalorixá Roberta.
Atualmente, Roberta participa da COP30 — Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas — e ressalta a importância de debater a justiça climática, pautada pela justiça racial e de gênero. "A luta pelo clima é também uma luta pelos direitos humanos — e, sobretudo, pelos direitos das mulheres negras. A presença do ICAA nesse espaço é uma forma de dizer que o futuro que queremos é ancestral, feminino e coletivo", finalizou.
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