Cobertura seria vetada por seguradoras, diz especialista
Especialista em Gest�o de Risco diz que ap�lices seriam vetadas por causa das p�ssimas condi��es de conserva��o de pr�dio destru�do por inc�ndio
Por Herculano Barreto Filho
O inc�ndio que destruiu o Museu Nacional exp�s a precariedade na estrutura de pr�dios hist�ricos no pa�s. Mas tamb�m colocou em evid�ncia o abandono e a inexist�ncia de pol�ticas p�blicas para conservar a mem�ria do pa�s. Sem seguro e brigada de inc�ndio, o museu teve 90% do seu acervo consumido pelas chamas. "N�o existia aqui no museu e acredito que em nenhum outro museu exista uma brigada de inc�ndio. Este � um 'custo a mais'. Nenhuma pe�a era assegurada que eu saiba", afirmou Cristina Serejo, vice-diretora do museu, em entrevista concedida na semana passada.
Um cen�rio que n�o surpreende quem atua no ramo. S�rgio Ricardo de Magalh�es Souza, professor da Escola Nacional de Seguros e especialista em Gest�o de Risco, acredita que uma eventual cobertura nesse tipo de local seria vetada pela pr�pria seguradora. "Existe uma obrigatoriedade de seguro por lei. Como a administra��o p�blica est� vinculada � lei das licita��es, � preciso construir um edital para cota��es. Mas isso n�o quer dizer que uma seguradora vai cobrir um local em p�ssimas condi��es", argumenta.
Sem c�digo de inc�ndio
O especialista critica a inexist�ncia de um c�digo nacional de inc�ndio capaz de adotar medidas de preserva��o do patrim�nio p�blico. "Se n�o tem gerenciamento de risco, n�o tem seguro. Estamos falando de um neg�cio, que envolve prote��o financeira. Nenhuma seguradora se interessaria em fazer seguro para um lugar que est� caindo sozinho. Aquele pr�dio de 200 anos com uma estrutura cheia de instala��es el�tricas improvisadas e produtos inflam�veis n�o tinha as m�nimas condi��es para abrigar um acervo hist�rico", critica.