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Escolas que desfilam na Intendente de Magalhães enfrentam crise financeira

A menos de 15 dias dos desfiles, muitas agremiações tem dado o sangue e integrantes têm se doado ao máximo para não decepcionar na Avenida

Crise financeira afeta escolas que desfilam na Intendente Magalhães
Crise financeira afeta escolas que desfilam na Intendente Magalhães -

Rio - Mesmo com dificuldades financeiras — a maior já vista e vivida na história do carnaval carioca — escolas de samba que desfilam na Intendente de Magalhães estão se reinventando para não deixar de levar a alegria aos foliões e 'botar' os carros na rua. A menos de 15 dias dos desfiles, muitas agremiações tem dado o sangue e integrantes têm se doado ao máximo para não decepcionar na Avenida. É o caso da Lins Imperial.

A verde e rosa do Complexo do Lins chegou a ser afetada com um incêndio que consumiu seu barracão na Zona Portuária, no ano passado. Entretanto, tem lutado e promete dar o melhor de si neste carnaval.

Neste ano, a escola vai homenagear Bezerra da Silva e vai destacar em seu desfile as desigualdades sociais e dar voz aos mais humildes. A ideia do enredo foi do carnavalesco Guto Carrilho que um dia cantava uma das canções de Bezerra quando imaginou a possibilidade de retratar o sambista e sua obra em forma de enredo. 

Em sua primeira gestão, o presidente da Lins, Flávio Mello, diz que "as dificuldades são muitas e enormes, mas o amor pela agremiação é muito maior". E pelo que se vê na quadra da escola de samba ultimamente, visto que a quadra está na comunidade que fica abaixo da Autoestrada Grajáu-Jacarepágua, a escola deverá ir com raça e pretende disputar o título. 

"Cada diretor, juntamente com a comunidade, está dando o seu máximo e um pouco mais em busca da realização de um sonho, ou seja, ver a Lins na Sapucaí novamente", conta Jackeline Nascimento, que faz parte da Direção de Carnaval da escola de samba, juntamente com Ari Lang, André Jales, Carlos Jorge e Carlos Henrique das placas. 

Com poucos recursos, a escola lançou uma campanha para receber doações, dito e feito, muitos moradores, comerciantes, torcedores e amigos da comunidade — apaixonados pela escola — colocaram a mão no bolso e estão ajudando a escola a terminar o seu carnaval, ou seja, os carros e as fantasias. 

"Num momento em que o poder público nos dá as costas, mostraremos a força da Comunidade do Complexo do Lins e vamos levar a arte para a rua. Nosso objetivo é buscar o título e retornar ao local de onde não deveríamos ter saído", afirmou o presidente Flávio Mello. 

Mesmo com tendo o projeto de carnaval aprovado pela Lei Rouanet e pronto para a captação, a escola teve dificuldades em encontrar patrocinadores para apostar neste momento difícil que o samba carioca passa. Entretanto, o a poucos dias do carnaval a instituição não perde a esperança de conseguir algum patrocinador em cima da hora, pois ainda dá tempo de acreditar no Enredo da Lins.

Liquidação de fantasias para a comunidade 

Faltando poucos dias para o carnaval, a Lins Imperial oferece descontos especiais para os moradores da comunidade. Em tempos de crise, a verde e rosa do Lins oferece fantasias no valor simbólico de R$ 30,00. O folião que tiver interesse em desfilar na escola poderá compra a fantasia pelo telefone que está no site da Lins no www.linsimperial.com.br.  

A Lins Imperial será a terceira escola a desfilar na terça-feira de carnaval na Estrada Intendente Magalhães com o enredo ‘Malandro é Malandro, Bezerra é da Silva’. A agremiação virá para o desfile com um número de 450 a 500 componentes organizados em 20 alas e três carros alegóricos.

Crise financeira afeta escolas que desfilam na Intendente Magalhães Rafael Nascimento/ Agência O Dia
Crise financeira afeta escolas que desfilam na Intendente Magalhães Rafael Nascimento/ Agência O Dia