Respeitável público, o Salgueiro vai transformar a Marquês de Sapucaí em um grande picadeiro. A Vermelha e Branca vai homenagear os 150 anos do nascimento de Benjamim de Oliveira, reconhecido como o primeiro palhaço negro do Brasil, com o enredo O Rei Negro Do Picadeiro.
O carnavalesco Alex de Souza explica como o enredo será desenvolvido na Passarela do Samba. "Começamos com o circo 'zoológico', aquele tradicional e antigo, passamos para os espetáculos aéreos e, em seguida, para a trupe cigana. Também contamos um pouco da história do Benjamim com a música e a introdução do circo teatro no Brasil. Terminamos com a arte do palhaço, o ofício pelo qual ele ficou conhecido."
Ao levar para o desfile a memória do palhaço e do circo, o carnavalesco acredita que o público vai se emocionar. "De alguma maneira, todos têm algo relacionado ao circo, idosos ou crianças, brasileiros ou estrangeiros. O Benjamim e esse desfile trazem uma mensagem lúdica, de positividade e, acima de tudo, chama atenção para a representatividade negra nas artes e na cultura do Brasil", afirma.
Ao ser questionado se tem algum carro ou ala que acha que vai cair nas graças do público, Alex faz sua aposta. "Acho que o desfile todo será de muitas surpresas, mas o último carro, não só pelos artistas negros, mas pelo colorido e pela homenagem, vai emocionar", diz.
Ficha técnica
Enredo:
O Rei Negro Do Picadeiro.
Carnavalesco: Alex de Souza.
Cores da escola:
Vermelho e branco.
Puxador: Emerson Dias e Quinho.
Início do desfile:
Entre 23h30 e 23h50.
Rainha de Bateria:
Viviane Araújo.
Mestre de Bateria:
Guilherme e Gustavo.
Cante o samba
Na corda bamba da vida me criei
Mas qual o negro não
Sonhou com liberdade?
Tantas vezes perdido, me encontrei
Do meu trapézio saltei num
Voo pra felicidade
Quando num breque,
Mambembe moleque
Beijo o picadeiro da ilusão
Um novo norte, lançado à sorte
Na "companhia" do luar...
Feito sambista...
Alma de artista que vai onde o povo está
E vou estar com o peito repleto de amor
Eis a lição desse nobre palhaço:
Quando cair, no talento, saber levantar
Fazer sorrir quando a
Tinta insiste em manchar
O rosto retinto exposto
Reflete no espelho
Na cara da gente um nariz vermelho
Num circo sem lona, sem rumo, sem par...
Mas se todo show tem
Que continuar (bravo!!)
Bravo!
Há esperança entre sinais e trampolins
E a certeza que milhões de Benjamins
Estão no palco sob as luzes da ribalta
Salta, menino!
A luta me fez majestade
Na pele, o tom da coragem
Pro que está por vir...
Sorrir é resistir!
Olha nós aí de novo
Pra sambar no picadeiro
Arma o circo, chama o povo, Salgueiro!
Aqui o negro não sai de cartaz
Se entregar, jamais!