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Resistência salgueirense

A resistência cultural preta salgueirense aos poucos vai sendo desvendada. O tema proposto por Helena Theodoro e desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza vai entrar na Sapucaí tendo, além dos segmentos e da comunidade, um time de peso na defesa do título que não vem desde 2009. Entre estas figuras, importantes dentro da mensagem que transmite o enredo, Ivanir dos Santos, babalaô, pós-doutor em História Comparada pela UERJ e interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, erguerá o punho cerrado da resistência na alegoria que retrata a importância cultural das religiões de matriz africana como legado ancestral e a luta contra a intolerância.

Em visita ao barracão na Cidade do Samba, o sacerdote dedicado ao culto de ifá e conhecido por sua luta por direitos civis, especialmente no que tange às religiões de matriz africana, conheceu o projeto de perto e destacou a forma como a escola, que será a terceira a desfilar no dia 22 de abril, está conduzindo o tema.

"Fiquei muito feliz em conhecer o projeto, ainda mais vendo pessoalmente a forma como está sendo conduzido o enredo que apresenta nossas resistências tradicionais, religiosas, culturais, sociais e políticas. Principalmente nesta fase que estamos passando, com a crescente falta de respeito com o ser humano, a intolerância religiosa e o racismo que cresce a cada dia, o enredo torna-se cada vez mais pertinente", comentou o homenageado, cuja história de vida forjou o líder que se tornou através dos anos de luta.

Preto, favelado, filho de prostituta, raptado da mãe aos 7 anos e ex-interno da extinta Funabem, Ivanir dos Santos é resistência desde sempre.

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