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Ex-atriz da Globo ajuda vítimas de exposição na web

Pillar Costa teve vídeo exposto em site de conteúdo pornográfico e lançará documentário sobre o tema

Pillar Costa
Pillar Costa -
A dor e o trauma de ter um vídeo exposto em um site pornográfico. A atriz e professora de teatro Pillar Costa, que participou da novela “Malhação – Toda Forma de Amar”, exibida pela Tv Globo em 2019, passou por essa situação após fazer uma participação no canal humorístico do YouTube "Ixi", em que ela interpretava uma dançarina que fazia um teste para um papel. E foi a partir desse material que um crime cibernético mudou a vida dela: uma pessoa recortou o vídeo original e editou de forma que parecesse um conteúdo adulto, mudando o contexto e postando em um site de conteúdo pornográfico.

Pillar tomou as medidas necessárias e o site retirou o conteúdo do ar. Entretanto, o estrago já havia sido feito. "Eu fiquei muito mal com isso. O vídeo chegou até pessoas da minha família, que acabaram não entendendo o contexto da gravação. O que era um trabalho artístico, fizeram parecer que eu estava gravando conteúdo adulto. Muitas pessoas me atacaram com mensagens pesadas e desrespeitosas. Coisa que mulher nenhuma tinha que passar. No momento, nem expor o que aconteceu eu consegui. A dor era muito grande", diz.

O drama causado fez com que Pillar levantasse a voz para atentar a sociedade contra o machismo, o desrespeito e alertar o quanto a exposição de mulheres pode destruir uma vida. Ela criou um e-mail (bracosqueacolhem@gmail.com) para receber relatos de pessoas que passaram por isso para que pudesse dar algum tipo de ajuda. Além disso, a atriz vai lançar o documentário "Por um fio", em parceria com alguns de seus alunos que são youtubers.

”Por que a minha liberdade tem que ser uma prisão para mim? Depois de tudo que eu passei e sofri, resolvi contribuir um pouco com as pessoas que passaram por isso e as que ainda vão passar. Para as que passaram, eu digo que vocês são muito fortes, porque vocês venceram a fase da vergonha, que nem era para ser um lugar seu. O meu, que foi um artístico e foi publicado em um site, foi muito ruim para mim, imagina quem tem um vídeo íntimo exposto? As pessoas tratam quem sofre o crime como o vilão da história. Com o documentário, vamos propor um debate sobre como a sociedade acolhe as vítimas de exposições íntimas”, lamentou.

A ideia é fazer com que as pessoas reflitam e ouçam mais antes de apontar o dedo: “Trágico é aquilo que não pode ser evitado, as demais são falta de diálogo”, completa.