Mais Lidas

Fábio Porchat relembra tempos de estudante: 'Era da turma do fundão'

Apresentador comanda a série 'Desafio Por Um Dia', exibida pelo Canal Futura, às quartas-feira, às 18h

Fábio Porchat apresenta o 'Desafio Por Um Dia'
Fábio Porchat apresenta o 'Desafio Por Um Dia' -
Fábio Porchat comanda a série 'Desafio Por Um Dia', exibida pelo Canal Futura, às quartas-feira, às 18h. Na atração, o apresentador visita quatro escolas públicas, localizadas em áreas de vulnerabilidade social, para decidir com os estudantes qual das dificuldades daquela instituição podem ser resolvidas em um dia. A partir daí, todos se juntam numa força tarefa para mudar aquela realidade. Lexa, Mumuzinho, Noemia Oliveira, João Diamante e Marcelo Ment ainda dão um empurrãozinho extra para esses jovens, um em cada colégio. Ao Meia Hora, Porchat fala sobre a série e ainda relembra os tempos de estudante. Confira! 
- Como é participar de uma série que incentiva a arte, sustentabilidade. Dá um novo gás pra você e para esses jovens?
Eu fiquei muito feliz de ver como a juventude de hoje está com sangue nos olhos. Como eles tem perspectivas para o futuro, como eles sabem que tem o mundo pela frente. Eles são muito mais abertos do que a minha geração foi. Eles olham muito mais para o todo. Eles sabem que, apesar das dificuldades que eles enfrentam na escola pública brasileira, pode ser que o que desejam dê certo. Eles têm a sensação que juntos conseguem construir as coisas, e têm razão. Isso é muito bonito. 
- Qual foi a reação desses jovens ao ver você no colégio deles? A série ainda tem a participação de Lexa, Mumuzinho, Noemia Oliveira, João Diamante e Marcelo Ment.
Foi muito engraçado chegar lá, eles ficaram muito surpresos. Alguns já sabiam que eu ia e ficaram muito eufóricos quando eu cheguei. Mas ninguém sabia das surpresas, do Mumuzinho, da Lexa, da Noêmia, levaram um susto. Eles ficaram muito animados. Foi engraçado que a gente gravou uma escola por dia e eles iam se falando. 'Olha, aqui veio a Lexa'. 'Quem será que vai na próxima?'. Eles estavam muito na expectativa do que poderia acontecer. 
'
- Como foi estar perto desses jovens com tanta vontade de mudar a realidade que eles vivem, Fábio? As mudanças que vocês fazem ocorrem em um dia, mas é um legado que fica para aquele lugar.
O legado é o mais bacana de tudo. Eles poderem ter a facilidade do contato com a arte, com aquilo que eles estão desejando ali. Seja com a horta, que eles estão criando para melhorar a alimentação deles, seja com música. Ter isso permanentemente faz toda a diferença. Eles sentem também que não é ir ali pintar um muro e ir embora. É fazer alguma coisa que partiu deles, que eles quiseram, construíram e que vai ficar pra naquele lugar pra sempre. 

- Após apresentar essa série, tem como não sair transformado?
A gente sai transformado, mexido, com vontade de fazer mais e com a sensação de que todo mundo só precisa de um empurrãozinho, de uma ajuda, sabe? O povo brasileiro tem muita gana, muita sede, muita vontade. Lhe falta oportunidade, meio de conseguir aquilo, dinheiro... mas ideia, vontade e capacidade tem muita. Então, é muito bom ser essa ponte e dar esse empurrãozinho. 

- O programa tem uma questão social bem legal. Você acha que acaba sendo um incentivo para que o governo, as pessoas do bairro e empresários invistam no futuro desses jovens? Às vezes o incentivo nem precisa ser só financeiro, né? É uma questão de boa vontade, empatia. 
Sinto que a mentalidade brasileira da doação está se transformando, porque é muito duro mesmo. A gente vive em um país corrupto, a gente sente a todo momento em que estamos sendo passados pra trás. Há uma insegurança muito grande quanto a ajudar. E as pessoas do Brasil não tem pra fazer. Mas não é só dinheiro: é tempo, esforço, contato. E tem dinheiro. Quem tem o dinheiro no Brasil, ainda não está dando, doando, construindo, fazendo acontecer, em sua maioria. Claro que não é todo mundo, mas é mais exceção do que regra. Eu sinto que isso pode mudar. As elites, as grandes empresas podem transformar as pessoas, o entorno e a sociedade e isso precisa ficar claro pra todo mundo. 
- Quais são as lembranças que você tem da sua época de estudante, Fábio?
Eu gostava da escola, do ambiente escola. Tinha muitos amigos, apesar de ser bagunceiro. Eu era muito falante, da turma do fundão. Não era exatamente o aluno incrível. Nunca fiquei de recuperação, repeti, mas também não era nota 10. Adorava ir à escola. Claro que sou uma pessoa privilegiada, estudei em escola particular, sou de classe alta. Lógico que isso faz toda a diferença. Mas eu ia à escola de ônibus, voltava. Eu tenho boas lembranças da escola, mas lembranças que estão ótimas onde estão. Não queria voltar pra escola, não. Adoraria voltar a estudar, fazer cursos, como faço e tento fazer. Acho que o ambiente acadêmico faz muito bem pra gente. 
Fábio Porchat apresenta o 'Desafio Por Um Dia' Laura Campanella/ Divulgação
Fábio Porchat apresenta o 'Desafio Por Um Dia' Laura Campanella/ Divulgação
Fábio Porchat Globo/ João Cotta
Fabio Porchat EDU MORAES