Celebridades e TV

Participante tem fala racista e leva bronca de Ana Clara em reality: 'Beijou até preta'

Apresentadora do 'Túnel do Amor' foi elogiada por sua atitude nas redes sociais

Por Meia Hora

Publicado em 12/05/2023 14:28:30 Atualizado em 12/05/2023 14:28:30
Ana Clara repreende participante que teve fala racista no reality show 'Túnel do Amor'
Rio - A apresentadora Ana Clara, que comanda o reality show "Túnel do Amor", exibido pelo Globoplay e pelo Multishow, precisou intervir e repreender um participante do programa por conta de uma fala racista no episódio que foi ao ar nesta quinta-feira na atração. Tudo começou em uma roda de conversa quando Vinícius ficou impressionado por um outro rapaz ter beijado a participante Vick, que é negra.
"Não é o perfil dele: preta. Caralh*, beijou até preta, mano. Então, o moleque está realmente envolvido", disse Vini. Imediatamente, Pâmella, amiga de Vick e que também é negra, se sentiu incomodada com a fala do participante. Ela deixou o local e chorou muito no quarto. Vini foi atrás dela tentar amenizar a situação, mas continuou com falas racistas.
"O que foi que aconteceu, meu amor?", perguntou Vini. "A gente está vivendo uma realidade aqui dentro, que também é uma realidade lá fora. Escutar umas coisas que doem para caralh*", respondeu Pâmella. "Eu senti que você ficou meio chateada com a minha fala, agora eu vou te falar o meu ponto de vista. Se permitir ficar com uma mulher que não é o perfil dele, não quer dizer que é um preconceito ou algo do tipo", disse o rapaz, que ainda insinuou que para acabar com o racismo é preciso parar de falar sobre o assunto.
Quando encontrou os participantes, Ana Clara abordou o que aconteceu e repreendeu o participante Vini. "Tem um assunto que tem repercutido entre vocês, que mexeu em feridas muito individuais. Então, não tem como a gente não falar sobre isso hoje. Eu tenho certeza que vocês estão vivendo aqui dentro uma experiência única, e tem questões que a gente não pode ignorar na vida. Nem aqui dentro do experimento, nem em lugar nenhum. Quando a gente fala de respeito, parece muito óbvio que tem que existir respeito. Mas, especialmente com um elenco tão diverso quanto o que a gente tem aqui, esse discurso não pode ser vazio", iniciou. 
"Então, esse papo de 'ai, meu gosto é assim' faz muita gente pensar como é que são criados os tipos. Será que a gente nasce e olha para um tipo de pessoa, com uma cor de pele, com um tipo de cabelo, um corpo e fala 'meu tipo'? Ou será que a gente vai construindo isso ao longo da vida, com aquilo que a gente vê na televisão, papeis de destaque em revistas, nas redes sociais?", continuou.
"A situação que vocês viveram aqui deve fazer a gente pensar se realmente a gente tem um gosto, nossas preferências, ou se a gente é cheio de preconceitos, de racismo, gordofobia, quem impedem a gente de ver beleza, de se apaixonar, de amar mais tipos diferentes de pessoas. Essa revisão de atitude precisa ser feita por todo mundo, porque muito provavelmente a forma com que a gente faz as escolhas aqui dentro reflete em como a gente faz lá fora", completou.