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'É muita responsabilidade'

Rainha de bateria da Estácio de Sá, Jaqueline Maia dá 'spolier' sobre sua fantasia. Confira!

Jaqueline Maia é a Rainha de Bateria da Estácio de Sá
Jaqueline Maia é a Rainha de Bateria da Estácio de Sá -

Dois anos após desfilar como Musa, Jaqueline Maia estreia à frente da bateria Medalha de Ouro. À coluna, a Rainha de Bateria da Estácio de Sá fala sobre a expectativa para o desfile, conta que sua fantasia vai valorizar seu corpo e muito mais. Confira a entrevista! 

Como está a expectativa para sua estreia à frente da bateria da Estácio, após desfilar por dois anos como Musa?

A expectativa é grande e a melhor possível. No Estácio, eu me reencontrei com este universo e confesso que não passava mais pela minha cabeça ser Rainha. Mas eles me cercaram de carinho aqui e topei este desafio. Pra mim, será uma estreia.

Já está se sentindo segura no posto de Rainha?

Já. Eu não sou uma pessoa vaidosa no que diz respeito a posto. Eu estou Rainha e isso é algo muito claro pra mim. Amo o Carnaval, sou foliã e eu desfilaria em qualquer lugar, desde que eu esteja feliz e à vontade. O fato de eu ser Rainha não muda quem eu sou na minha essência e no meu dia a dia.

Desfilar no Grupo Especial é muito diferente? Isso traz uma responsabilidade maior?

Com certeza! Mas eu acho que o peso maior não é estar no Especial, é estar na primeira escola de samba do mundo. Gente, isso é muita responsabilidade.

Ainda rola aquele frio na barriga quando você pisa na Sapucaí?

Se não tiver frio na barriga, é melhor não desfilar. Sou movida a emoção, adrenalina. O dia que não bater o nervoso, a ansiedade e as lágrimas não caírem quando eu pisar na Avenida, não desfilo mais.

E como é a sua relação com os integrantes da Estácio?

Olha, chego a me emocionar porque é um amor, um carinho que eu recebo de tantas pessoas, dos segmentos... Eles me adotaram e eu me sinto parte dessa família. Fico ansiosa pra que chegue logo a sexta-feira pra comer pastel do Departamento Feminino ou simplesmente dar um abraço nas baianas e na Velha Guarda. Isso é o que importa, receber esse carinho e que eles entendam que sou parte da comunidade a partir do momento que eu participo desse cotidiano.

Como será sua fantasia? Vai ser mais comportada ou vai mostrar o corpo?

É surpresa. Sou um pouco avessa a muita exposição, mas a Avenida é diferente. Posso dizer que ela vai valorizar meu corpo.

Há muitas Rainhas de Bateria que compram suas fantasias. Você vai comprar a sua ou usa a que a escola te fornece?

Faço questão de fazer a minha fantasia. Estamos vivendo um momento de crise e, agora, mais do que nunca, a gente precisa se unir. Peguei o figurino, sou fiel a ele, mas eu prefiro não dar essa despesa pra escola.

Tem algum ritual antes de entrar na Avenida?

Não sou supersticiosa, mas eu rezo. Peço que tudo saia bem pra todos da escola. O dia do desfile é de concentração, gosto de ficar quietinha no meu canto.

Qual é o momento mais difícil de enfrentar na Sapucaí? E o mais prazeroso?

Acho que o difícil são os momentos que antecedem o desfile. É um misto de emoções que passam no nosso coração. Mas não é sofrível, é a coisa da ansiedade mesmo. Agora, sem dúvidas, quando a bateria dá o primeiro rufar e o portão abre, pronto. Parece que o mundo vai acabar de alegria e emoção. Já fico nervosa só de pensar!

A Estácio vem para brigar pelo título?

Eu prefiro dizer que a Estácio vai mostrar que é gigante e que jamais deveria ter voltado ao Grupo de Acesso depois do desfile de 2016. Estamos com sede de mostrar do que somos capazes e é o que vamos fazer.

Como cuida da boa forma? Pretende fazer algum treinamento especial para o Carnaval?

Sou muito normal. Tenho uma rotina igual a qualquer mulher que se cuida, sem exageros. Não tenho neura com o corpo, apenas vou intensificar e ser mais disciplinada esses dois meses. Na verdade, vou tentar!

Como você lida com o assédio masculino no meio do samba?

Sou casada, meu marido é deste universo e sempre foi meu maior parceiro e incentivador. Mesmo antes disso, eu nunca fui uma mulher tão assediada. Acho que até mesmo por ser reservada, eu encaro isso como admiração de fã. Aí já quebra a ação de quem me vê com outros olhos. Graças a Deus, nunca tive problemas.

O seu marido sente ciúme de você desfilar no Carnaval?

Ele foi a pessoa que mais insistiu pra eu voltar a ser Rainha e te digo, aceitei por ele.

Você é mãe de dois filhos, Bento, de 2 anos, e Gabriel, de 18. Como é a Jaque mãe?

Meu melhor papel é esse. Meus filhos são o maior tesouro que tenho e o Gabriel é o meu fã. Me incentiva, elogia, acho isso bacana. Bento é ciumento, mas ainda não entende. Uma das condições pra que eu voltasse a ser Rainha era não atrapalhar a minha rotina de mãe. Até agora, tudo dando certo!

Imagino que seu filho de 18 anos deve ter sofrido com os comentários dos amigos, dizendo que a mãe dele é muito gata. Isso aconteceu?

Ele lida com isso numa boa, até porque eu sou "muito gata" quando estou cumprindo os compromissos de Rainha. Fora isso, eu sou "tia" Jaque (risos).

Jaqueline Maia é a Rainha de Bateria da Estácio de Sá Leo Cordeiro/ Divulgação
Jaqueline Maia é a Rainha de Bateria da Estácio de Sá reprodução do instagram
Jaqueline Maia é a Rainha de Bateria da Estácio de Sá Leo Cordeiro/ Divulgação
Jaqueline Maia é a Rainha de Bateria da Estácio de Sá Leo Cordeiro/ Divulgação