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cantinho da poesia

Mãos de ancestrais continuam vivas

atreladas ao meu tornozelo, limitam

meu andar.

se erguem do chão, têm uma história

para contar, mas a protagonista,

finalmente, sou eu.

no meu sangue corre a insistência,

a experiência para sobreviver mais um dia.

aos poucos as mãos se desfazem,

aos poucos, os espaços se abrem,

e aos muitos, negros e negras

conseguem seu espaço, mais um dia.