Mãos de ancestrais continuam vivas
atreladas ao meu tornozelo, limitam
meu andar.
se erguem do chão, têm uma história
para contar, mas a protagonista,
finalmente, sou eu.
no meu sangue corre a insistência,
a experiência para sobreviver mais um dia.
aos poucos as mãos se desfazem,
aos poucos, os espaços se abrem,
e aos muitos, negros e negras
conseguem seu espaço, mais um dia.