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Sextou! Prática de sexo e amor livre cresce no Brasil, conheça o poliamor

As relações poliamorosas vão além da honestidade

Regina Navarro Lins
Regina Navarro Lins -
Você já amou mais de uma pessoa ao mesmo tempo? Talvez duas ou até quem sabe três? Já conseguiu se imaginar em uma situação dessa? Então, cada dia está ficando mais comum viver o poliamor, a prática de uma relação amorosa onde não existem limites de quantidade de pessoas que possam estar em uma relação.

O amor vem sempre modificando com o tempo. Em cada época ele gera um novo jeito de lidar com os sentimentos e com as relações. Segunda a psicanalista Regina Navarro Lins, os poliamoristas defendem a ideia de que existe a possibilidade prática de você amar e ser amado por várias pessoas ao mesmo tempo, sem enganar ninguém e sem mentir.

As relações poliamorosas vão além da honestidade. O grupo que vive aquele poliamor, independente de quantas pessoas estão na relação, acreditam que estão exercendo um desejo de variedade que existe em muitas pessoas, mas que são bloqueadas por diversos outros motivos, às vezes cultural, religioso ou até moral. "Acredito também que existam muitas pessoas ficam fechadas numa relação a dois, mas sempre desejando, sonhando ou querendo variar mais um pouco", disse Regina.

O poliamor vem crescendo ao longo dos últimos anos. Tanto que já teve até Congresso sobre o tema na Alemanha. Eles defendem que uma relação múltipla sem amarras e com sinceridade é melhor do que uma monogâmica feita com mentiras.

Com relação ao ciúme, que é um sentimento comum à maioria dos seres humanos, é a grande dúvidas que pessoas que não vive o poliamor tem. Para os praticantes desse tipo de relação o ciúme é um sentimento que não existe porque a relação com o outro não deixa de existir quando entra uma segunda ou terceira pessoa nela.

Nas relações monogâmicas as pessoas controlam o tempo todo seus desejos com medo de perder o outro, os poliamoristas ensinam que se você não se limitar a uma relação apenas a duas pessoas, não corre o risco de perder ninguém, porque a nova pessoa que entrou na relação não fará com que você perca a outra e nem deixa de existir para o outro.

Em grupos que convivem há muito tempo existe uma palavra que define um sentimento, que parar ele é o oposto do ciúme, a compersão. É o sentimento de alegria ou felicidade que uma pessoa sente quando seu parceiro (ou parceira) está feliz se relacionando com outra pessoa.

Mas segundo os especialistas a compersão e o ciúme podem aconteceu ao mesmo tempo. Afinal, o ciúme nada mais é que uma insegurança, uma ameaça de perda de alguém, e a compersão está ligada à empatia, o sentir-se feliz pelo outro. Então, sim é possível sentir empatia e insegurança ao mesmo tempo por alguém.

Mesmo com tudo isso, ainda é difícil a sociedade aceitar tamanha diversidade e liberdade de escolha na hora de amar. A escolha de uma prática amorosa com múltiplos parceiros pode ser sim estável e duradoura, diferente de como os outros pensam. “Mas como estamos no processo de uma profunda mudança é bem possível que daqui a algum tempo essa prática do poliamor deixe de ser vista com tanto estranhamento”, finaliza Regina.