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Especial polêmico

Filme do Porta dos Fundos é alvo de boicote

No especial do Porta dos Fundos, Jesus (Gregorio Duvivier) é gay
No especial do Porta dos Fundos, Jesus (Gregorio Duvivier) é gay -

O novo especial de Natal do Porta dos Fundos, disponível na Netflix, está dando o que falar. Tem desde bispo pedindo para que fiéis cancelem a assinatura da plataforma até petição on-line para que o filme de 46 minutos saia do ar. O bafafá foi tanto que ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter, ontem.

O motivo da polêmica é que o especial sugere que Deus (Antonio Tabet), Maria (Evelyn Castro) e José (Rafael Portugal) formam um triângulo amoroso e que Jesus (Gregorio Duvivier) é gay, ao voltar de uma viagem com um namorado, Orlando (Fábio Porchat).

Na sinopse de Especial de Natal Porta dos Fundos 2019: A Primeira Tentação de Cristo, o filho de Deus regressa de uma viagem de 40 dias de jejum pelo deserto e é surpreendido com uma festa de aniversário para celebrar seus 30 anos. Na ocasião, Maria e José revelam que o aniversariante foi adotado e que seu verdadeiro pai é Deus.

Dom Henrique Soares da Costa, bispo da Diocese de Palmares (PE), criticou a produção em seu Facebook. "Eu era assinante da Netflix. Nesta semana, desfiz a minha assinatura", diz o religioso, que acrescentou: "Imaginem um filme debochado e desrespeitoso ao extremo com alguém a quem você ama — com o seu pai, com a sua mãe, com coisas que lhe são muito caras e definem e alicerçam a sua vida... Como reagir? O ideal seria uma ação judicial. Mas com a desculpa de liberdade de expressão, todo lixo é permitido, todo sarcasmo para com a fé alheia é louvado, tudo quanto trinca e corrói os alicerces da nossa cultura e da nossa sociedade é reputado como avanço e progresso".

O bispo também incentiva que fiéis cancelem a assinatura da plataforma. "Este cancelamento é uma interessante prova do quanto Cristo é ou não Alguém realmente significativo na sua vida", prega.

Porta dos Fundos se posiciona sobre as críticas

O portal Coalizão pelo Evangelho também criticou a obra. "Manter-me na qualidade de um patrocinador de produções cinematográficas que zombam e vilipendiam o Senhor é o mesmo que esbofeteá-lo, cuspir nele, bater em sua cabeça para lhe enterrar os espinhos da coroa, zombar com deboches, forçá-lo a andar nu pelas ruas carregando o grande peso do madeiro, furá-lo ao lado com uma lança, gritar para que ele desça da cruz se for capaz", diz o texto escrito pelo pastor Joel Theodoro, da Igreja Presbiteriana do Bairro Imperial no Rio de Janeiro. Até o ator Carlos Vereza falou sobre o assunto. "Porta dos Fundos, vocês são lamentáveis como viventes (...). Nada de novo no front: fazer paródia de Jesus gay e de esquerda, talvez para sublimar desejos e inclinações mal resolvidas", disse em rede social. Em nota, o Porta dos Fundos se manifestou sobre o ocorrido. "O Porta dos Fundos valoriza a liberdade artística e faz humor sátira sobre os mais diversos temas culturais e da nossa sociedade", afirma o grupo. Procurada, a Netflix não retornou até o fechamento desta edição.

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