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'Não gosto de ficar preso'

Homenageado do 'Altas Horas', Zeca Pagodinho conta como se sente sem sair de casa

Zeca Pagodinho
Zeca Pagodinho -

'Pois quando tudo se perdeu e a sorte desapareceu". Esses são versos de Quando a Gira Girou, uma das canções mais famosas de Zeca Pagodinho. Em isolamento social e vendo o número de vítimas do coronavírus crescer exponencialmente, a sociedade também compartilha desses sentimentos de dor, perda e abandono. Mas essa mesma canção também fala da importância de ter em quem se apoiar para resistir ao "temporal".

Homenageado do Altas Horas de hoje, o sambista tem feito o possível para servir de exemplo e alento aos fãs. "Você imagina o Zeca Pagodinho 60 dias sem sair de casa? É horrível, mas tem que ficar. Não tem jeito. Todo dia eu faço a mesma coisa: vou da sala para o quarto e, quando chego no quarto, volto para sala. Às vezes, vou na cozinha só para dar uma variada", brinca o músico.

"Eu sou acostumado a passar o dia na rua. Vou todo dia à gravadora, vou ao salão, corto as unhas, dou uma volta no shopping. Não gosto de ficar preso", destaca Zeca que, por conta da pandemia e em respeito ao isolamento social, deixou de cumprir com algumas de suas tradições preferidas, como a feijoada de São Jorge e a entrega de ovos de Páscoa para crianças das comunidades de Xerém.

Trabalhador, preocupado com a família e com os amigos, Zeca desmistifica um pouco o slogan "deixa a vida me levar" associado à sua imagem. "Eu sou sério com meu trabalho e com a minha família. E hoje em dia não existe mais isso de boemia. Tem muita violência na rua e eu tenho 61 anos, não tenho como ficar até tarde. Agora é a vez da garotada! Às vezes, até dou meus pinotes, mas agora só depois do vírus", afirma.

Live mais assistida

Sem muita intimidade com a internet, Zeca soube pela filha da existência de uma campanha online que pedia uma apresentação virtual do músico e de seus maiores sucessos. No Dia das Mães, o compositor cedeu às investidas e fez a live. A apresentação foi uma das mais assistidas do dia no YouTube, com mais de 3 milhões de visualizações. "Eu sinto muitas saudades da música. O que eu gosto de fazer é cantar, mas a ideia da live também é legal por conta dessa história das cestas básicas, de ajudar o próximo", avalia o cantor e compositor que, durante a apresentação, arrecadou mais de 20 toneladas de alimentos que serão doadas para o projeto 'Mães da Favela', realizado pela CUFA.

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