Após o vexatório empate com o Panamá, a Seleção voltou a vencer, mas sem convencer ou empolgar em mais um amistoso preparatório para a Copa América no Brasil. Os 3 a 1 sobre a República Tcheca, nesta terça-feira, em Praga, obtidos graças ao oportunismo de Firmino e Gabriel Jesus (2), trazem apreensão à torcida. E deixam dúvidas no ar, principalmente em relação à lista final de convocados para a competição continental - será anunciada por Tite no dia 17 de maio - e sobre o aproveitamento de novatos com a Amarelinha, como Lucas Paquetá, Allan, Richarlison e David Neres, entre outros.
Esta, porém, não parece ser a principal dor de cabeça do treinador da seleção brasileira. Afinal, tal qual a sua imagem e semelhança, a equipe que atuou no gramado da Eden Arena teve um 'discurso' nada convincente para fazer valer o seu teórico favoritismo. Desentrosados e errando fundamentos básicos, os
jogadores, confusos, davam a impressão de não estarem entendido as preleções do treinador, cujo discurso pernosticista e o linguajar para lá de empolado contribuem para um jogo sem imaginação.
Foi o que se viu nos primeiros 45 minutos. Embora com mais posse de bola, o Brasil nada criou ofensivamente diante de um adversário que vinha de impiedosa goleada por 5 a 0 para a Inglaterra nas eliminatórias da Euro. O clima gélido na capital checa no iníco do jogo - 7 graus com sesanção térmica de 3 - contribuiu para um jogo frio e de poucas emoções até os 21 minutos, quando Alisson salvou
o Brasil em cobrança de falta de Schick. O lance acendeu os tchecos e esquentou o jogo.
Diante de um adversário apático, os donos da casa passaram a partir mais decididos em busca do gol, que saiu aos 36, em um erro coletivo do Brasil. Alex Sandro e Richarlison erraram na saída de bola, Marquinhos falhou na marcação a Masopust, que tocou para Pavelka se aproveitar de falha de Allan e chutar no canto direito de Alisson. Lento e sem criatividade, a Seleção não teve forças para buscar o empate.
Ciente de quadro preocupante, Tite optou por mexer na escalação durante o intervalo. O Brasil voltou com Gabriel Jesus e Everton nas vagas de Philippe Coutinho e Lucas Paquetá e, coincidência ou não, achou o empate logo aos três minutos, em erro dos tchecos. Selassie recuou mal, nos pés de Firmino, que se
livrou da marcação e tocou a bola para a rede. Com a igualdade e outras mexidas do treinador brasileiro, a Seleção melhorou muito o rendimento e ensaiou uma pressão.
Aos 15, Everton deu bom passe para Gabriel Jesus, que chutou forte, mas Pavlenka defendeu. Já o tchecos deram a impressão de terem sentido o gol e sumiram no jogo. Aos 31, David Neres tabelou com Arthur, que obrigou Pavlenka a fazer um milagre. A virada era questão de tempo e veio aos 37, em finalização de Gabriel Jesus após passe de David Neres. Aos 44, o camisa 9 ainda fez o terceiro gol e garantiu o triunfo da Seleção, apesar de outra atuação pouco convincente visando a Copa América.