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Acusado de lavar dinheiro, ex-presidente do Barcelona é posto em liberdade provisória

Sandro Rosell teria lavado 19,9 milhões de euros, desde 2006, utilizando supostas comissões da CBF para amistosos da seleção. Justiça espanhola pede 11 anos de cadeia

Sandro Rosell presidiu o Barça entre 2010 e 2014
Sandro Rosell presidiu o Barça entre 2010 e 2014 -

Espanha - O ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell, julgado pela Audiência Nacional espanhola por lavagem de dinheiro, foi posto em liberdade provisória nesta quarta-feira depois de 21 meses em prisão preventiva, informou o tribunal.

"A Audiência Nacional concede a liberdade provisória com medidas cautelares para Sandro Rosell e Joan Besolí (acusado de atuar em conjunto)", informou a Justiça espanhola.

Rosell, que ocupou a presidência do Barça entre 2010 e 2014 e esteve em prisão provisória desde maio de 2017, é acusado junto com sua mulher e quatro colaboradores de "lavagem de capitais em grande escala" de ao menos 19,9 milhões de euros desde 2006, procedentes de supostas comissões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A procuradoria da Audiência Nacional, principal instância penal espanhola, pede que seja aplicada a pena de 11 anos de prisão e uma multa de 59 milhões de euros.

E o tribunal, que até agora havia negado os reiterados pedidos de liberdade da defesa de Rosell alegando risco de fuga, deu "acesso à liberdade solicitada" ao ex-dirigente uma vez que ele e Besolí "já foram ouvidos na declaração", indica o auto judicial.

Em sua declaração na terça-feira, na qual só respondeu as perguntas de seu advogado, Rosell assegurou que o relato da procuradoria estava cheio de "erros e falsidades".

"Não há comissões, nem legais, nem ilegais. A única coisa que houve foi uma retribuição à minha empresa", assegurou Rosell.

O caso se refere a um contrato assinado em 2006 para vender a retransmissão de 24 jogos amistosos da seleção brasileira a uma companhia com sede nas Ilhas Cayman.

Rosell, que foi diretor da Nike na América Latina, sendo um dos artífices do contrato da multinacional com a seleção, mediou essa operação através de uma empresa própria dedicada ao marketing esportivo.

Ele é acusado de ter se beneficiado de dinheiro obtido ilegalmente por Ricardo Teixeira, ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da CBF investigado pela Justiça no Brasil e nos EUA no âmbito do escândalo de corrupção Fifagate.

Segundo as investigações, Rosell e a mulher teriam recebido pessoalmente 15 milhões de euros neste negócio, dos quais entregaram 8,4 milhões a Teixeira e ficaram com o restante.