Mais Lidas

Eu, VAR por um dia!

A experiência de ser árbitro de vídeo por um dia; a ferramenta vai estrear no Brasileirão

Raphael Claus (E) e Wilton Pereira revisam lance no monitor
Raphael Claus (E) e Wilton Pereira revisam lance no monitor -

Ser árbitro é um ofício pra lá de ingrato: se apita bem, não faz mais que obrigação. Se vai mal, haja ofensaà mãe do coitado. O Brasileirão que estreia hoje terá como novidade o árbitro de vídeo, o VAR, que já foi usado no Campeonato Carioca. A intenção é diminuir os erros dos homens do apito. A convite da CBF, jornalistas acompanharam um treinamento daseleção brasileira sub-15 na Granja Comary, em Teresópolis. Experimentei ser VAR por um dia, e entendi porque todo garoto quer ser jogador de futebol, mas ninguém sonha em ser juiz.

A cabine do VAR funciona com seis árbitros que acompanham o jogo pelos monitores, cada câmera com um ângulo diferente. Fui VAR por alguns minutos, e a impressão é de que o destino da partida está nas minhas mãos. Ali, a brincadeira era uma simulação de ataque contra defesa. Imagine em um jogo decisivo, com estádio lotado. Haja sangue frio.

A ferramenta entra em ação em quatro tipos de lance: gol em impedimento, pênalti, cartão vermelho e erro de identificação. Em campo, os atletas simulavam lances duvidosos, e os jornalistas deveriam apontar quais mereciam checagem.Fui testado em pênaltis e impedimentos, e errei em boa parte deles. Demorei a tomar decisões e achei que qualquer lance era motivo para se comunicar com o campo. Raphael Claus, árbitro FIFA, ficou incomodado com tanta conversa no seu fone de ouvido. Resolvi calar para não tomar advertência. A CBF ministrou um curso aos árbitros: 90 estão aptos a operarem como VAR principal, e 184 podem ser assistentes. Desejo boa sorte a todos eles. Eu tô fora!

Raphael Claus (E) e Wilton Pereira revisam lance no monitor Marcio Mercante / Agencia O Dia
O repórter (sentado, de camisa escura) participa da experiência do VAR Fotos AGÊNCIA O DIA
O repórter Yuri Eiras viveu a experiência do VAR. O botão vermelho é para se comunicar com o árbitro e o verde para pedir a revisão das jogadas FOTOS Marcio Mercante / Agência O Dia

Comentários