Na volta do Carioca, Flamengo goleia o Bangu

No dia em que o Rio de Janeiro atingiu o número de 8.412 mortes pela Covid-19 — 274 nas últimas 24h, segundo dados divulgados por um consórcio de imprensa —, a bola voltou a rolar no Campeonato Carioca. Na noite fria e silenciosa desta quinta-feira, no Maracanã, o Flamengo venceu o Bangu por 3 a 0, gols do uruguaio Arrascaeta, Bruno Henrique e Pedro Rocha, em compromisso válido pela 4ª rodada da Taça Rio, resultado que levou o time às semifinais do segundo turno.

Na próxima rodada, na quarta-feira, o Mais Querido volta a campo para enfrentar o Boavista, mais uma vez no Maracanã. O resultado deixou a equipe do técnico Jorge Jesus com 12 pontos e na liderança isolada no Grupo A.

Antes de a partida começar, em um dos acessos ao Maracanã, torcedores do América, do Flamengo, do Vasco, do Botafogo e do Fluminense protestaram contra o reinício do Carioca e contra o presidente Rodolfo Landim. Ao mesmo tempo, em outro local do estádio, uma pequena parcela de rubro-negros apareceu para demonstrar apoio ao time.

Insensíveis em relação à pandemia que ceifa vidas em um ritmo acelerado em todo o território brasileiro, rubro-negros e alvirrubros fizeram um jogo chato, sem graça, com os portões fechados e totalmente descartável para o momento de crise que o país atravessa.

Em campo, o Flamengo fez valer a sua força e manteve o Bangu na defesa. Sem saber o que fazer, restou ao time da Zona Oeste apenas se segurar na defesa. Aos 17 minutos da etapa inicial, Rafinha fez boa jogada pela direita, mas a defesa do Bangu afastou. No rebote, Arrascaeta estufou a rede. Com o jogo controlado, o Rubro-Negro pouco se esforçou em sua primeira partida oficial após a paralisação.

No segundo tempo, enquanto funcionários higienizavam os assentos dos bancos de reservas das duas equipes, o compromisso ganhou ares de jogo-treino. O Bangu, cujo futebol parecia ser de uma equipe amadora, viu Bruno Henrique ampliar 20 minutos, após cruzamento da direita de Gabigol. No fim, em um jogo que mais parecia uma pelada festiva de final de ano, Pedro Rocha deu números finais à partida, aos 43.

Sem ter muito o que comemorar, o Flamengo venceu, mas, infelizmente, entrou negativamente para a história em um dos capítulos mais tristes e antipáticos dos 70 anos do Maracanã.