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Oito anos após o 7x1, Felipão, David Luiz e Fernandinho se reencontram na final da Libertadores

Personagens relevantes da goleada sofrida na semifinal da Copa do Mundo, trio protagoniza reencontro em final importante

Por Larissa Carvalho, Matheus Costa

Publicado em 29/10/2022 07:00:00 Atualizado em 29/10/2022 15:13:30
David Luiz após a goleada sofrida pelo Brasil contra a Alemanha na Copa de 2014
David Luiz, Fernandinho e Felipão. Três personagens marcantes do 7 a 1 sofrido pelo Brasil diante da Alemanha, na semifinal Copa do Mundo de 2014, se reencontrarão neste sábado em busca da Glória Eterna. Contestados por terem cometido erros naquele fatídico dia, o trio volta a campo na final da Libertadores entre Flamengo e Athletico-PR, às 17h (de Brasília), em Guayaquil, no Equador.
O maior sonho de um time é conquistar grandes competições dentro de casa. O Brasil, no entanto, desperdiçou essa chance na edição do Mundial de 2014 de uma forma bastante vexatória. A derrota para a Alemanha ficou na história, da forma mais negativa que se possa imaginar, e com figuras individuais marcadas. Três delas entrarão em campo neste sábado para a disputa da final da Copa Libertadores: o zagueiro David Luiz, o volante Fernandinho e o treinador Luis Felipe Scolari, o Felipão. Cada um com sua história, participação e responsabilidade no fatídico 7x1.
O zagueiro David Luiz foi uma das figuras que mais ficaram marcadas em decorrência da goleada. Depois de uma atuação ruim com diversas falhas no sistema defensivo perante a avalanche alemã, o defensor acabou desabando emocionalmente na entrevista pós-jogo, ao afirmar a famosa frase: 'Eu só queria dar alegria ao meu povo'. O atleta, que vivia seu auge antes da competição, acabou assinando com o Paris Saint-Germain e se tornou o defensor mais caro da história. No entanto, as boas atuações dos tempos de Chelsea nunca foram retomadas e a sensação de que o trauma da Copa nunca foi superado pelo atleta, que hoje defende as cores do Flamengo.
Outro que não teve um bom desempenho na goleada histórica foi Fernandinho. O volante do Athletico-PR, que não iniciou o Mundial como titular da Seleção, nesse jogo ganhou a vaga, ao lado de Luiz Gustavo e Oscar. No entanto, o meio-campo teve muita abertura, o que prejudicou a marcação e deu liberdade para a Alemanha se movimentar. Além desse jogo, o atleta ficou marcado por fazer um gol contra diante da Bélgica, em 2018. No Furacão desde a segunda janela de transferências de 2022, o jogador já atuou em 15 jogos e marcou um gol. Antes, ficou no Manchester City por 9 anos e é ídolo do clube.
Além dos jogadores, o técnico Felipão também saiu mal visto não só da partida, por toda a campanha da Seleção na Copa. A ideia dele foi aplicar uma marcação alta para pressionar a saída de bola da Alemanha, em que os volantes e laterais estavam bem avançados, assim como os zagueiros se deslocavam para a lateral para marcar. Dessa maneira, um lado do campo ficava preenchido, o que gerava um buraco na inversão de jogo. Esse formato permitiu que os alemães tivessem caminho livre, com falta de marcação e espaço para tocar a bola entre si. Com isso, o Brasil permitiu levar quatro gols em seis minutos sem ter a menor ideia do que estava acontecendo. O baque foi tão grande que, na hora, o treinador não mostrou nenhuma reação e, depois reagiu com arrogância sobre as críticas.
Depois da tragédia, Felipão ficou rotulado e não conseguiu fazer trabalhos destacados. Apesar ter sido campeão brasileiro no Palmeiras em 2019, e de ter feito uma boa passagem no Grêmio na temporada de 2021/22, seus outros trabalhos acabaram não convencendo e, agora busca por uma redenção no Athletico com o título da Libertadores.
Oito anos após o fatídico dia que ficou marcado como o maior vexame da futebol, a situação dos três personagens citados é bem diferente. David Luiz é um dos líderes do elenco rubro-negro, Fernandinho retornou ao clube que o revelou após uma carreira de sucesso e idolatria no Manchester City e Felipão, naquele que é provavelmente seu último ano como treinador, tem a chance de fechar com chave de ouro a sua carreira com o terceiro título da Copa Libertadores.
*Estagiária sob supervisão de Matheus Costa