O Botafogo fez o que quis durante o primeiro tempo. Se havia dúvidas de que a escalação com três zagueiros não foi ideal, a etapa inicial deu a resposta, já que o time paulista praticamente só atrapalhou os ataques botafoguenses - mais do que de fato se defender. As melhores chances criadas pelos cariocas pararam na trave ou foram para fora, sem mérito dos são-paulinos. Mas faltou o gol, e o São Paulo pôde se recuperar.
Bastos, que recebeu o terceiro cartão amarelo, será desfalque para os cariocas. Antes disso, pelo Brasileirão, o São Paulo recebe o Internacional, no domingo, às 18h30. O Botafogo tem o clássico contra o Fluminense, no mesmo horário, mas no sábado, no Maracanã.
O Botafogo se colocou como dono do jogo desde o começo. Principal contratação da janela botafoguense, Alex Telles tinha facilidade em avançar pela esquerda, enquanto Vitinho subia do outro lado.
Os três zagueiros são-paulinos não ofereceram a resistência esperada ao Botafogo. Com a bola, pior ainda para o São Paulo, que sofria rápida pressão do adversário.
O esquema de Zubeldía também prejudicou Lucas Moura, que virou uma ilha solitária no meio de campo. À frente dele, Calleri era obrigado a jogar de costas para o gol já na intermediária, para ser opção de um time que não avançava ao ataque.
Rafinha e Wellington, na condição de alas, não participavam da criação com o camisa 7, nem conseguiam cobrir espaços juntos dos zagueiros de lado. William Gomes, principal nome são-paulino na vitória contra o Cruzeiro pelo Brasileirão, não foi o escape esperado.
Do outro lado, o Botafogo mostrou ter tudo que faltou ao São Paulo. Com Savarino, saíram bonitas jogadas individuais. Uma delas acabando no travessão de Rafael, também acertado por Luiz Henrique, de cabeça. Coletivamente, o time de Artur Jorge orquestrou passes que levavam até a área adversária.
A equipe não teve medo de buscar cruzamentos, mesmo que Igor Jesus não cumpra a função de um centroavante de referência. Assim, sufocou o São Paulo até mesmo com as chances menos claras.
A estratégia não funcionava no começo do segundo tempo, e Zubeldía finalmente mudou, sacando Rafinha para entrada de Wellington Rato. A equipe conseguiu mais presença ofensiva, ainda que sem construções elaboradas. Quebrar a formação inicial contribuiu para que o time conseguisse se defender melhor.
O Botafogo diminuiu o ritmo. Alex Telles teve de sair, como esperado, já que não tem condição física para atuar 90 minutos. Luiz Henrique também deixou o campo. A confiança botafoguense parece cair, o que chamou os são-paulinos ao ataque. Foi neste momento que a partida finalmente chegou a um nível de equilíbrio.
Assim, o São Paulo conseguiu sua melhor chance, com Calleri, aos 30 minutos da segunda etapa. Michel Araújo cruzou na medida para o camisa 9. O argentino chutou por cima, sofrendo do mesmo mal que afligiu o Botafogo na primeira etapa, a ineficiência.
Os botafoguenses responderam e mostraram que não haviam abandonado o jogo. A tensão cresceu no Nilton Santos, com impressão que a qualquer momento o zero sairia do placar.
A partir de então, porém, imperaram as defesas. A intensidade caiu, e as equipes resguardaram-se. Ficou tudo para o jogo de volta.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 0 X 0 SÃO PAULO
BOTAFOGO - John; Vitinho (Mateo Ponte), Bastos, Alexander Barboza e Alex Telles (Marçal); Gregore e Marlon Freitas (Tchê Tchê); Luiz Henrique (Tiquinho Soares), Savarino e Thiago Almada; Igor Jesus (Matheus Martins). Técnico: Artur Jorge.
SÃO PAULO - Rafael; Alan Franco (Ferraresi), Arboleda e Sabino; Rafinha (Wellington Rato), Luiz Gustavo, Bobadilla e Wellington; Lucas Moura (Luciano), William Gomes (Michel Araújo) e Calleri (André Silva). Técnico: Luis Zubeldía.
CARTÕES AMARELOS - Luiz Henrique e Bastos (Botafogo) e Rafinha e Arboleda (São Paulo).
ÁRBITRO - Esteban Ostojich (URU).
RENDA - R$ 2.466.890,00.
PÚBLICO - 40.089 presentes.
LOCAL - Estádio Nilton Santo, no Rio.