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Flamengo está preocupado com temperamento agressivo de Gabigol para Libertadores

Atacante foi expulso contra o Grêmio após levar amarelo por reclamação e vermelho por aplaudir o árbitro

Gabigol do Flamengo
Gabigol do Flamengo -
Rio - Corria o minuto 29 do segundo tempo do duelo entre Grêmio e Flamengo quando Renê cometeu uma falta por trás em Pepê. O lance, que parecia despretensioso, tornou-se um pesadelo. Gabigol saiu do campo de ataque e reclamou com o auxiliar sobre a marcação da falta, o que lhe rendeu um cartão do árbitro Raphael Claus. Em seguida, ele aplaudiu de forma irônica a decisão e acabou levando o segundo amarelo e foi expulso.

Faltando pouco mais de 15 minutos para o término da partida, ficar com um a menos transformou um cenário de euforia em leve hesitação para o Flamengo. Também reabriram as discussões sobre o comportamento do artilheiro do Brasileirão dentro de campo.

Não poderia ser diferente. Gabigol é o jogador que mais recebeu cartões amarelos no Campeonato Brasileiro. Em 26 jogos, foram 12. Somando Copa do Brasil, Carioca e Libertadores, o número sobe para 20, com duas expulsões, em 53 partidas. Felipe Melo, por exemplo, sempre utilizado de forma negativa, tem 19 amarelos e 1 vermelho em 2019. Logicamente, há ponderações a serem feitas: a maioria das advertências de Gabigol é oriunda de excessivas reclamações, como a desse domingo.
Na coletiva em Porto Alegre, Jorge Jesus definiu como um "defeito emocional" do seu principal goleador. Até por isso, a preocupação aumenta pelo fato da próxima partida do Flamengo ser uma das mais importantes da história do clube: a final da Libertadores contra o River Plate, no sábado, no Monumental de Lima, às 17h. Em decisão, naturalmente, os nervos ficam mais à flor da pele. Além disso, times argentinos são vistos como "catimbeiros", embora não seja uma marca do atual River de Gallardo.

"Coloquei o Gabi porque ele é o melhor desse momento, melhor do campeonato e queria jogar. Se soubesse o que aconteceria (expulsão), não o colocaria, mas não sou bruxo. Me preocupa (os cartões de Gabigol). Ainda não consegui fazer ele emocionalmente um grande jogador como é tecnica e taticamente. Tem que ter equilíbrio. Mas é jovem ainda, tem tempo. É importante que os grandes jogadores sejam exemplos",  frisou Jesus.

Na Libertadores da América, Gabigol enfrentou quatro adversários estrangeiros (San José-BOL, LDU-EQU, Penãrol-URU e Emelec-EQU), em sete jogos. Apesar de não ter recebido cartão amarelo nos encontros, ele foi expulso por uma falta dura contra o Peñarol, no Maracanã, na derrota por 1 a 0. Na ocasião, o jogo estava empatado, mas o Flamengo apresentava dificuldades de penetrar na defesa uruguaia, o que incomodava jogadores e torcedores. No fim, vitória do adversário por 1 a 0.

Dentro das quatro linhas, Gabigol vem tentando mudar o comportamento nas últimas semanas. Contra o Vasco, depois do apito final, quando os dois times se envolveram numa pequena confusão no centro do gramado, o atacante optou por ficar longe das atenções para evitar polêmica e receber cartão. Na zona mista da Arena Grêmio, o camisa 9 admitiu que poderia ter "evitado" o deboche à arbitragem, mas salientou para uma falta de paciência de Claus.

"Eu não abri a boca pra ele. Eu bati palma como 90% dos jogadores fazem e não tem cartão, então ele acabou dando. O juiz não teve paciência comigo. A maioria dos cartões que tomo é por reclamação. Mas é algo que eu poderia ter evitado. Eu tenho que melhorar, obviamente. Vou tentar melhorar e pedi desculpas aos meus companheiros".

Agora, o foco é na grande decisão de Lima. A assessoria do Flamengo não deu mais detalhes da agenda da semana. A segunda-feira será de folga. A viagem para a capital peruana está marcada para quarta-feira à tarde. O regulamento da Conmebol diz que os envolvidos na final precisam estar no local até 20h local (22h de Brasília) de quarta.