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Vice do Flamengo revela que Tondela é apenas primeiro passo e planeja comprar outros clubes pelo mundo

Time português pode ser adquirido ainda em 2021

Rodrigo Tostes ao lado do presidente Rodolfo Landim
Rodrigo Tostes ao lado do presidente Rodolfo Landim -
Rio - A diretoria do Flamengo tem planos ousados para o futuro do clube. Os dirigentes rubro-negros correm para conseguir, ainda este ano, comprar o Tondela, time de Portugal ao qual os cariocas querem associar a marca.
Em entrevista ao "ge.com", o vice-presidente de finanças do Flamengo, Rodrigo Tostes, acredita que o prazo é 'bem apertado", mas já tem planos para o futuro. De acordo com o dirigente, a incursão em Portugal é apenas o primeiro passo no plano de internacionalização da marca do clube carioca.
"Esse é só o primeiro passo. Essa estratégia não vai funcionar se for um clube só fora do Brasil. Todos (possíveis investidores) com quem estamos conversando colocam isso, a gente coloca isso. A gente quer ter um clube na Alemanha, um na Espanha, um na França, na África, na China, nos Estados Unidos, ou seja, não é um projeto de um clube só. (O tempo para início da segunda fase) Depende do sucesso do primeiro "case". A gente precisa de pelo menos três anos para maturar esse projeto, levar o clube para as primeiras posições do Campeonato Português, essa é a ideia. Depois disso a gente pensa na fase dois", disse Tostes.
Atualmente, a diretoria tem conversado com possíveis investidores que, no plano do clube, farão um investimento de 50 milhões de euros para adquirir o Tondela. A ideia do Flamengo é se tornar um conglomerado de agremiações pelo mundo, espalhar a marca rubro-negra e aumentar a base de milhões de torcedores que há no Brasil.
O projeto foi feito em conjunto com o banco BTG Pactual, a consultoria Ernst & Young, e a empresa Win the Game. No teaser de investimento apresentado aos possíveis interessados, o Flamengo apresentou como foi feita sua reestruturação e exalta seus principais bens: a base de futebol e a torcida.
De acordo com Tostes, o Tondela não seria uma filial do clube e sim um clube separado, que vai levar a marca Flamengo.
"Isso está em discussão ainda. Não é uma filial. É um clube separado, com a marca Flamengo, que o Flamengo vai ter um percentual e terá obrigações com esse clube. De, sei lá, chutando, prover todo o suporte para categoria de base, "management" (gestão), "scout" (olheiros), etc. Tem um atleta aqui que o clube se interessou? Ele tem de comprar o atleta. O Flamengo não vai produzir nada de graça para o cara. Lá eu tenho 35% da operação, o cara tem 65%. É um negócio como outro qualquer. Estou cedendo a minha marca e terei um percentual do negócio. A administração será feita pelo clube lá, com direitos de veto do Flamengo aqui, do que pode usar a marca, o que não pode", afirmou o dirigente.
Uma das perguntas quem mais tem sido feitas é a respeito do uniforme, já que as cores da camisa do Tondela são predominantemente verdes e amarelas. Para Tostes, isso precisará de um estudo específico que consiga alinhar a marca do Flamengo as tradições e aos torcedores locais.
"Essa pergunta foi feita para mim por todos os presidentes de clube com quem conversei lá. A minha resposta foi a seguinte: a gente está fazendo um negócio que está levando a marca. A gente tem 46 milhões de torcedores. Me parece óbvio que vamos ter de encontrar uma forma de utilizar a marca no uniforme do clube, junto com o nome do clube de alguma forma, para que esse ativo possa ser monetizado, ou o investidor não vai colocar dinheiro. Mudar a cor do uniforme? Eu diria que não faria isso. Mas eu acho que teremos de contratar gente especializada para apresentar uma proposta. Antes de a gente aportar 46 milhões de torcedores a seja lá um milhão ou 500 mil que o time lá tenha, a gente tem de respeitar os torcedores que estão lá, para não perder os 500 mil em detrimento dos 46 milhões. Estamos fazendo esse projeto para a torcida do Flamengo, mas não podemos perder a torcida do outro time, ou dos outros times que o Flamengo terá em outros lugares. Esse é um pré-requisito", concluiu.