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Ex-Fluminense recorda passagem pelo clube e saída em 2014: 'Todos sabiam que eu queria ficar'

Lateral, que foi bicampeão brasileiro pelo Tricolor, também comentou título pela Seleção Brasileira

Carlinhos foi bicampeão brasileiro pelo Fluminense
Carlinhos foi bicampeão brasileiro pelo Fluminense -
Rio - Ex-jogador do Fluminense, o lateral Carlinhos marcou o nome na história do clube carioca. Bicampeão brasileiro e campeão carioca pela equipe, o atleta possui mais de 200 jogos pelo Tricolor. Hoje em busca de um novo time, após saída do CSA no ano passado, o jogador de 33 anos falou com carinho sobre a trajetória pelo Flu. Em entrevista ao 'Dia', Carlinhos também relembrou passagem pela Seleção Brasileira.

Títulos de 2010 e 2012
Após um jejum de 26 anos, o Fluminense conquistou o Brasileirão novamente em 2010, pela terceira vez na história. Naquela temporada, o Tricolor, comandado por Muricy Ramalho, somou 71 pontos e teve Darío Conca e Fred como grandes destaques. Dois anos depois, o clube chegou ao tetra, dessa vez, treinado por Abel Braga e somando 77 pontos. Naquela oportunidade, Deco e Thiago Neves, além de Fred, brilharam pela equipe.

"Foram situações bem distintas. Em 2010, vivíamos muita pressão. O clube não conquistava um brasileiro tinha 26 anos e o nosso time, apesar de muito bom, era parelho com os demais. Mas tínhamos a qualidade do Conca, que jogou todas as partidas daquele ano. Outro ponto muito importante foi o trabalho do Muricy, que cobrava muito da gente e não deixava o time se acomodar só na técnica que tinha", disse Carlinhos, que completou:

"Em 2012, foi diferente. Tínhamos jogadores que decidiam em todas as posições. Tinha o Diego Cavalieri que pegou tudo lá atrás e o Fred fazendo gols de olhos fechados. Foi um grande time e o Abelão soube conduzir tudo muito bem. Não era nada fácil ser titular. Todos os jogadores, mesmo que reservas, poderiam entrar a qualquer momento", emendou o ex-lateral do Fluminense.

Drama em 2013 e saída em 2014
Após o título de 2012, o Fluminense não conseguiu repetir as boas atuações no ano seguinte. Em 2013, o clube carioca brigou na parte de baixo da tabela e terminou o campeonato na zona de rebaixamento. No entanto, após a perda de pontos da Portuguesa por conta da escalação irregular de um jogador, o Tricolor escapou do descenso. Carlinhos, que também estava naquele elenco, comentou o drama vivido na época.

"Foi muito difícil. Fiquei de fora por conta de uma lesão no adutor, grau 3. A recuperação foi muito dolorosa e demorada. Lembro que o Fred também tinha se machucado. Foi muito difícil ficar olhando os jogos de fora", disse o atleta. Ao fim de 2014, após quatro anos no clube, Carlinhos não teve o contrato renovado e acabou acertando com o São Paulo. Segundo o jogador, o desejo dele na época era ficar nas Laranjeiras.

"Todos sabiam que eu queria ficar no clube, mas a diretoria da época não me fez uma proposta de renovação. Achei estranho já que um tempo antes o clube recebeu uma proposta do Galatasaray de R$ 13 milhões e não me venderam. No ano seguinte, eu acabei saindo de graça. Mas tudo bem. Sou muito reconhecido e fico muito feliz com isso. Foi uma passagem marcante e vitoriosa na história do clube. O nosso nome está gravado.

Passagem pela Seleção
Em 2012, Carlinhos viveu um dos melhores anos na carreira, disputando 56 partidas, conquistando o Brasileirão e Cariocão de 2012. A boa fase do jogador rendeu a Carlinhos a convocação para a Seleção Brasileira. Naquele ano, o lateral disputou o Superclássico das Américas, contra a Argentina e levantou a taça do torneio pelo Brasil. O atleta relembrou a partida, vencida pela Seleção por 2 a 1.

"Esse foi o meu melhor ano no Fluminense, sem dúvida. Ali era a minha segunda ou terceira convocação, se não me engano, para Seleção. Temos grandes jogadores na nossa história e que não foram convocados nenhuma vez. Com certeza sou um privilegiado. Fico muito feliz por ter participado desse título. Ainda mais contra a Argentina, dentro da Bombonera. Para quem curte a rivalidade, foi um prato cheio (risos)", disse Carlinhos, que encerrou descartando aposentadoria por agora.

"Não tenho esse sentimento de parar. Quero jogar e tenho condições físicas e técnicas para isso. Hoje nós (jogadores) nos cuidamos muito e os clubes também ajudam a prolongar mais a nossa carreira", finalizou o jogador, que também somou passagem por Santos, Cruzeiro, Mirassol, Santo André, São Paulo, Internacional e Paysandu.