Mais Lidas

Em apresentação, Abel expôs sua identificação com o Vasco: 'Eu sei bem o que é essa camisa'

O novo comandante do Cruz-Maltino chegou ao clube para sua terceira passagem após 19 anos

Rio, 18/12/2019, Apresentacao do tecnico Abel Braga ao Vasco da Gama, foto de Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Rio, 18/12/2019, Apresentacao do tecnico Abel Braga ao Vasco da Gama, foto de Gilvan de Souza / Agencia O Dia -
Nesta quarta-feira, Abel Braga foi anunciado para sua terceira passagem no comando do Vasco. A apresentação do treinador, depois de 19 anos sem vínculos com o clube, foi oficializada em coletiva de imprensa, em São Januário. O ex-jogador do time chegou fazendo questão de expressar sua identificação com o Gigante da Colina. 
"Eu sei bem o que é essa camisa. Eu era reserva onde eu jogava quando cheguei nesse clube e, com seis meses, estava na Seleção. Depois de dois anos, fui para o PSG. A cultura que tenho de falar francês hoje, uma honra, foi o Vasco que me proporcionou. Quero ver chegar logo aos 200 mil sócios. Sei a filosofia do clube e o que o torcedor do Vasco gosta de ver: boa exibição, jogada bonita, ousadia, mas, acima de tudo, ele quer ver coragem. O que caracteriza o Vasco é o cara, para evitar um gol, cabecear até a trave, por exemplo."
O acordo entre o novo técnico e o presidente Alexandre Campello foi firmado nesta segunda, após uma reunião que teve cerca de quatro horas de duração. Abel revelou que o dirigente foi quem mais falou durante o encontro, onde aproveitou para explicar os detalhes da situação financeira do Cruz-Maltino ao reforço.
"Campello falou mais. Senti um Vasco pacífico a nível político. Sou neto de português e tenho muitos amigos vascaínos. A torcida mostrou a cara e não é brincadeira o que eles fizeram. Não terá loucura aqui. Estou ganhando menos, mas estou com prazer."
"Ele me disse: 'Vou te pagar, mas não pense que vou te pagar em dia'. Ele me disse o que pensa do Vasco. Encerrar a carreira aqui será uma coisa boa. Dar seguimento ao ótimo trabalho do Luxa."
Porém, o recém-chegado não conseguiu escapar de perguntas sobre seu último trabalho no Rio de Janeiro, à frente do rival Flamengo. Ele admitiu o bom desempenho da equipe que agora está sob os cuidados de Jorge Jesus, mas também reconheceu sua importância para os ótimos resultados conquistados pelo Rubro-Negro nesta temporada.
"Não gostaria de falar do que ficou para trás. Posso falar que tenho 17 títulos. Fui campeão mundial e não é por ai. O trabalho no rival está sendo bem feito, mas está sendo terminado. Eu comecei. Com a Florida Cup, com o estadual, com a classificação na Copa do Brasil 75% garantida com a vitória em São Paulo. E classificado em primeiro no grupo da Libertadores, o que não acontecia há 11 anos, então não é bem por aí", afirmou. 
Abelão ainda comentou sobre a onda de treinadores estrangeiros e a relação da imprensa com eles. Em tom questionador, o brasileiro disse que aprova a chegada dos profissionais de fora do país, porém criticou a diferença de tratamento dos jornalistas em relação aos gringos.
"Trouxeram metodologias diferentes e foram bem. Acho isso muito bom e não sou contra. Mas a maneira que se trata o estrangeiro também poderia tratar os brasileiros. O Osorio, quando esteve no São Paulo, se exaltava até as cores das canetas que ele usava para mandar mensagens aos jogadores. Peraí, vou começar a mostrar a cor da minha cueca para ver se os caras falam alguma coisa".