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Comentarista relembra apelido 'Podrinho' e se emociona ao falar de depressão

Ex-jogador e ídolo do Vasco se emocionou ao lembrar de momentos difíceis e afirmou que estava no fundo do poço

Pedrinho, então no Vasco, sofreu, há 20 anos, a mesma lesão de Pedro
Pedrinho, então no Vasco, sofreu, há 20 anos, a mesma lesão de Pedro -
Rio - O comentarista Pedrinho chorou ao relembrar o quanto sofreu com a depressão enquanto ainda era jogador e defendia o Palmeiras. Nesta terça-feira, o hoje funcionário do SporTV fez uma "live" e interagiu com milhares de seguidores para falar sobre o problema psicológico que o afetou. Emocionado, o ídolo do Vasco recebeu apoio dos fãs ao relembrar os momentos difíceis.
"Eu tinha um dos maiores salários do Palmeiras. Tinha quatro anos de contrato, morava em hotel. Era chamado de rei e estava completamente no fundo do poço. A conclusão que a gente chega é que dinheiro, fama e sucesso estão bem longe de ser sinônimos de felicidade, muito longe", disse Pedrinho, às lágrimas.
Pedrinho citou o apelido "Podrinho" ao falar sobre as dificuldades de conviver com dores e lesões. Ele explicou que os problemas eram ainda maiores por causa da perseguição que sofria.
"O dedão do meu pé tinha um problema de sangue pisado. Eu já tinha o apelido de Podre, Podrinho. Se tivesse que ficar mais três semanas parado para cuidar de sangue pisado, aí mesmo que a imprensa ia acabar comigo. Peguei um dos médicos do Palmeiras que era meu amigo e falei: "Cara, você precisa me ajudar". Ele resolveu me ajudar, mas não vou revelar o nome dele", contou o ex-jogador, que foi além.
"Eu jogava em cima de dor, tinha lesão grave e ficava dois meses parado. Para algumas pessoas, somos super-heróis. Eu pensava que o cara ganha dinheiro, joga, tá tristinho? Tá com "depressãozinha"?", indagou. Pedrinho voltou a falar sobre a depressão em vários momentos da live. Ele também emocionou os fãs ao explicar como enfrentou a doença.
"Tirou minha saúde, minha paz, tirou a minha vida. Não tinha mais vontade de viver, não tinha prazer em nada. Eu ficava completamente dopado pelos remédios, e aí Deus me salvou. Depressão mata. Depressão vai ser a doença que mais vai matar brevemente. Recebi muitas mensagens sobre crianças e adolescentes que perderam a vida por se suicidarem. A depressão é muito grave, tomou da minha cabeça. Tirou minha saúde, minha paz, tirou a minha vida ", comentou.
Hoje curado, Pedrinho conta que tem muito prazer em viver e trabalhar. "Quero jogar futevôlei, estudar e ir para a Globo ver jogo. A vida é muito boa, não é dinheiro. A vida é muito além de dinheiro. Porque a gente associa felicidade a dinheiro. É mentira. Conheço milhares de milionários infelizes", argumentou.
Em um momento crítico no Palmeiras, quando sofria com muitos problemas simultaneamente, Pedrinho conta que chegou a pedir para não receber salários. "Pedi ao Mustafá (ex-presidente do Palmeiras) para não receber. Comecei a acreditar que estava errado de receber machucado. Sendo que me machuquei trabalhando. Comecei a achar que eu era errado. Por causa dessa doença (depressão) maldita, que vai ser o mal do século, eu perdi três anos da minha vida", lembra.