Testemunha do crime

Um homem que passava no local logo ap�s o assassinato de Marielle Franco e de seu motorista, na noite de quarta-feira, no Est�cio, diz que foi o primeiro a prestar socorro � assessora da parlamentar que tamb�m estava no carro. Segundo ele, que pediu para n�o se identificar, ela chorava muito e tinha acabado de sair do ve�culo e estava coberta de sangue, mas sem ferimentos de bala. De acordo com o homem, duas mulheres teriam presenciado o momento do crime e informado que os autores dos tiros que mataram Marielle e Anderson estariam em um carro que emparelhou com o da parlamentar. Elas, no entanto, n�o identificaram o modelo, nem anotaram a placa.

"Quando cheguei e fui ajudar a assessora, havia duas mulheres na cal�ada, que disseram que viram um carro emparelhar com o ve�culo em que a vereadora estava e que os tiros foram disparados com os ve�culos em movimento. Foi tudo muito r�pido", afirmou.

A testemunha que ajudou no socorro relatou que vinha em seu autom�vel e, quando passou pelo trecho da Joaquim Palhares, no cruzamento com a Rua Jo�o Paulo I, percebeu o ve�culo da vereadora parado na pista da esquerda, perto da entrada do posto de vistoria do Detran. Ele viu a assessora parada fora do carro e resolveu voltar para ajud�-la.

"Quando cheguei perto da assessora ela estava fora do carro. Perguntei se ela estava ferida e ela, que estava chorando muito, disse que a Marielle tinha sido baleada. A� que eu percebi o que estava acontecendo. Acionei a PM, que levou uns dez minutos para chegar", relatou o homem, ressaltando que a ambul�ncia dos bombeiros demorou cerca de meia hora at� chegar ao local.

Aux�lio a fam�lias de policiais mortos em servi�o

Indignado com memes e coment�rios nas redes sociais criticando a atua��o da vereadora Marielle Franco na �rea de Direitos Humanos, o advogado Rodrigo Mondego reagiu. Ele postou no Facebook o apelo da fam�lia de um PM assassinado, que foi auxiliada pela parlamentar. Segundo o advogado, Marielle ajudou � fam�lia do PM quando era auxiliar da Comiss�o de Direitos Humanos da Alerj. E acrescentou que o �rg�o nunca foi t�o atuante no atendimento a policiais como no per�odo em que foi coordenado por ela.

Em sua p�gina no Facebook, o advogado disse: "Est�o comemorando e/ou debochando da morte da companheira Marielle Franco... falando que ela mereceu morrer porque era 'defensora de bandido'. Resgatei pedido que fiz para ela... prontamente atendeu o pedido, e pediu para eu dar o telefone pessoal dela para a fam�lia ligar o quanto antes... deu encaminhamento e orienta��o jur�dica e psicol�gica para a fam�lia do agente... foi o �nico �rg�o do Estado que atendeu aquela e diversas outras fam�lias de policiais mortos", escreveu o advogado.

Filha vai morar com a tia

Irm� da vereadora, a professora Anielle Silva, de 33 anos, contou que ela e Luyara, a filha de 20 anos de Marielle, iriam para o evento do qual a vereadora havia participado na Lapa, pouco antes de ser assassinada. "Mas n�s duas estamos com conjuntivite desde a semana passada e n�o conseguimos comparecer", disse. Em rela��o ao futuro de Luyara, Anielle afirmou que ela ir� cuidar dela. "Gra�as a Deus n�o tem rela��o nenhuma com pol�tica, porque eu n�o dou conta", acrescentou. A professora disse ainda que, em sua fam�lia, apenas Marielle chegou a um cargo p�blico por causa da pol�tica, mas outros parentes j� se engajaram em causas sociais. Anielle disse que recebeu um telefonema do ex-presidente Lula (PT), que lhe disse para "n�o abaixar a cabe�a e continuar a luta".