Marielle foi morta com muni��o roubada da PF
Lote teve desvios no Rio e na Para�ba, e proj�teis seriam usados para treinar policiais
A inscri��o 'UZZ-18' nos cartuchos dos proj�teis usados para matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, na noite de quarta-feira passada, no bairro do Est�cio, na regi�o central do Rio, ajudaram a Delegacia de Homic�dios (DH) da Capital a chegar � origem da muni��o, de 9mm: um lote comprado em 2006 pela Pol�cia Federal de Bras�lia, do qual uma parte foi roubada da sede dos Correios na Para�ba, em 2006, e outra supostamente desviada por um escriv�o da PF no Rio, segundo o ministro da Seguran�a P�blica, Raul Jungmann.
Do mesmo lote sa�ram as balas usadas na maior chacina na hist�ria do estado de S�o Paulo, que vitimou 17 pessoas, em 2015, em Osasco e Barueri. No entanto, os investigadores disseram que n�o � poss�vel determinar se existe liga��o entre os dois ataques, j� que n�o � raro ocorrer desvios de muni��o, e tamb�m porque se pode reaproveitar c�psulas de proj�teis j� disparados, desde que se tenha os equipamentos necess�rios para isso.
"Temos cerca de 50 inqu�ritos instaurados por conta de desvios desse lote", afirmou Jungmann, acrescentando que, ao todo, foram 423 mil proj�teis adquiridos para treinar policiais civis e militares, na Academia Nacional de Pol�cia (ANP), para os Jogos Pan-Americanos de 2007 (no Rio) e a Copa do Mundo de 2014.
V�deo mostra vereadora pouco antes do crime
Uma c�mera de seguran�a registrou o momento em que Marielle Franco, sua assessora, e Anderson Gomes deixaram, de carro, o local de um evento "Jovens Negras Movendo as Estruturas" do qual a vereadora havia participado, na Rua dos Inv�lidos, na Lapa, no Centro do Rio, na noite de quarta-feira.
Cerca de 15 minutos depois, Marielle e Anderson seriam mortos a tiros, no bairro do Est�cio. Nas imagens, divulgadas pela Rede Globo, Marielle aparece colocando sua bolsa no banco de tr�s, antes de entrar no carro. � poss�vel ver tamb�m outro carro, um Cobalt prata, estacionado atr�s do ve�culo da vereadora, que deixa o local segundos depois, seguindo o mesmo caminho. A pol�cia apura se outros dois carros que aparecem nas filmagens tamb�m estavam envolvidos no crime.
O trajeto da vereadora j� foi todo mapeado pelos investigadores da DH. Ao todo, foram cerca de 15 minutos de viagem no carro, at� ela e seu motorista serem mortos.
Nada est� descartado
Outra linha de investiga��o n�o descartada pela DH � sobre o envolvimento de milicianos no assassinato de Marielle e Anderson. Isso porque, quando era assessora parlamentar do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), na Assembleia Legislativa, Marielle atuou na CPI das Mil�cias, e a muni��o de calibre 9mm � muito encontrada com grupos paramilitares no Rio.
Placa era clonada
Ainda ontem, a pol�cia descobriu que um carro que teria sido usado pelos assassinos de Marielle na noite do crime tinha a placa clonada. Os investigadores chegaram a essa conclus�o ap�s identificar e localizar o dono, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. An�lise de peritos e dos �libis apresentados pelo propriet�rio do ve�culo comprovaram a clonagem.