Troca-troca na cúpula

Dezoito dias depois da assinatura do decreto de intervenção federal no Rio, o secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes, mudou ontem os comandos das polícias estaduais. O coronel Cláudio Laviano foi escolhido comandante-geral da PM e o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil. O secretário determinou o fortalecimento do Sistema Integrado de Metas (SIM), programa da gestão anterior que recompensa policiais por bons resultados na redução de índices criminais.

O SIM foi interrompido antes das Olimpíadas e só voltou a ser pago em fevereiro, com o depósito dos valores referentes ao segundo semestre de 2015. Ainda estão pendentes os pagamentos de 2016 e 2017. Para a escolha do comando-geral da PM, coronéis e delegados passaram por sabatinas com o general Richard Nunes.

"Pesaram a credibilidade dos nomes dentro das próprias corporações, a ficha limpa e a proximidade com as forças militares", afirmou um coronel do Comando Militar do Leste.

Na opinião do especialista em Segurança, Vinícius Cavalcante, a escolha de Laviano mostra a inclinação para o combate à corrupção. "É um profissional extremamente competente e com um perfil discretíssimo. É ótimo saber que se trata de um oficial que vive do seu salário e que não tem qualquer histórico de suspeição com esse mesmo crime que queremos reprimir", disse.

Segundo fonte do Exército, a escolha de Barbosa para substituir Carlos Leba "mostra o empenho em fortalecer a Inteligência, que está sucateada". Ontem à noite, o coronel Wolney Dias, que será substituído no comando, recebeu no seu gabinete o coronel Laviano. Eles conversaram por cerca de quatro horas.