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Rebelião em Bangu 4

Presos do PCC fizeram três reféns para exigir transferência

O Grupo de Intervenção Tática (GIT), da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), demorou três horas e meia para conter uma rebelião organizada por 15 dos 70 detentos do seguro (área para detentos ameaçados de morte) no Presídio Jonas Lopes de Carvalho, o Bangu 4, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, ontem. Três pessoas um inspetor, uma enfermeira e um preso que eram mantidas reféns foram liberadas sem ferimentos. No final da tarde, os 70 detentos foram transferidos para presídios de São Gonçalo.

Nove facas, uma régua e três barras de ferro foram apreendidas. Em dez meses, é o terceiro motim no Bangu 4. Houve outros em fevereiro e em agosto.

Cinco dos rebelados são ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles alegavam que sofreram ameaças de morte de três chefões do Terceiro Comando Puro (TCP). Um deles é Nei da Conceição Cruz, o 'Nei Facão'. Apontado como chefe do tráfico nas comunidades Salsa e Merengue e Timbau, no Complexo da Maré, o criminoso, de 36 anos, foi preso em 2009 e tem condenações que somam 39 anos e 11 meses de prisão por tráfico e associação criminosa. Ele já cumpriu 14 anos, estava no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, mas voltou para o Rio em fevereiro.

Segundo o secretário de Administração Penitenciária, David Anthony, os detentos do TCP seriam transferidos de Bangu 4 para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1) ainda ontem.

A Seap continua monitorando o Bangu 4 para evitar fugas. "Estamos atentos à unidade há muito tempo. Usamos um aparelho chamado georadar próximo à muralha, dentro e fora do presídio", disse David Anthony.