Através dos olhos de crianças negras de diferentes partes do mundo, sentimentos semelhantes vão sendo revelados. Esta é a proposta que moveu o fotógrafo Raimundo Santa Rosa a criar a exposição "Ojú Olhos", que estreia nesta sexta-feira no Centro Cultural da Light, no Centro do Rio de Janeiro.
O espectador não sabe de que lugar é a criança retratada, a menos que vire a foto. Segundo o artista, essa omissão é proposital para despertar a curiosidade do visitante. É aí que o público percebe a semelhança entre os diversos povos.
"Ojú é uma palavra em Iorubá que significa olhos. Eu pego o olho de uma criança de uma comunidade africana, uma do Rio de Janeiro e outra de uma comunidade quilombola. São muito similares e você não consegue diferenciá-las. Você não consegue saber de onde é, até ler. A alegria, a tristeza, a dor são similares em diversos lugares", explica o fotógrafo.
Raimundo foi durante 35 anos gestor social da Light, e foi exatamente nessa época que teve a oportunidade de conhecer e vivenciar a experiência dessas crianças.
"Eu me vi nelas. Foi isso o que chamou minha atenção ao fotografá-las. Eu sou um eterno moleque. Eu vejo o meu olhar nessas crianças. Os sonhos que eu tinha, essa molecada também tem".
Além de refletir o olhar dessas crianças, o que Raimundo deseja é que os espectadores traduzam as fotos à sua maneira. Dando, cada pessoa, o próprio olhar às imagens:
"Eu quero que as pessoas criem um monte de histórias sobre cada foto. Eu tenho uma história de como cada uma aconteceu. Quero que você crie a sua também".
SERVIÇO:
O quê: Exposição Ojú Olhos
Quando: De 9 a 30 de novembro, das 10h às 18h
Onde: Centro Cultural Light, na Avenida Marechal Floriano, 168, Centro
Entrada Franca