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Família dominou sindicato por cerca de 50 anos

O ex-presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (SEC-RJ), Otton Mata Roma, e outras três pessoas foram presas ontem durante a Operação Godfather (Padrinho, em inglês), da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ). Os mandados expedidos pela 35ª Vara Criminal da Capital também atingem o ex-presidente Raimundo Ferreira Filho, o 'Ferreirão'; o ex-secretário-geral Gil Roberto da Silva Castro; e o ex-tesoureiro Juraci Vieira de Souza. Eles são acusados do desvio de R$ 100 milhões do sindicato. Além dos alvos com mandados de prisão, outras 17 pessoas, todas ligadas a eles, tiveram pedidos arresto e indisponibilidade de bens e bloqueio de contas bancárias. O levantamento dos desvios no SEC-RJ foi feito por auditoria independente, a pedido do MP-RJ.

A denúncia destaca que o SEC-RJ foi, durante aproximadamente 50 anos, administrado pela família Mata Roma que o transformou em "feudo familiar", propiciando enriquecimento ilícito, em decorrência da gestão criminosa e fraudulenta, e a dilapidação dos seus ativos patrimoniais em proveito de Otton Mata Roma, de familiares e pessoas próximas dos gestores do sindicato. Ainda segundo a denúncia, Otton foi responsável "por uma gestão nebulosa, criminosa e fraudulenta, tendo incluído na folha de pagamento do sindicato diversos familiares e pessoas próximas ('fantasmas')".