Três dias após lançar programa anticorrupção no município, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), de 42 anos, foi preso. Sobre Neves recai justamente a suspeita de receber quase R$ 11 milhões de propina dos empresários de ônibus da cidade, entre 2014 e 2018.
Por trás da oferta de transporte gratuito a estudantes, idosos e deficientes, o prefeito, segundo o Ministério Público (MP), tinha um interesse nada honroso: cobrava 20% dos repasses feitos pela prefeitura às empresas de ônibus para custear as gratuidades.
O Procurador-Geral de Justiça, Eduardo Gussem, disse que esta é apenas a primeira das ações contra Neves e que outras investigações "estão sendo cuidadosamente dirigidas". Num dos trechos da denúncia, surge o nome da mulher de Neves, Fernanda Sixel Barreto, como provável integrante "nos quadros societários de empresas dos mais diversos setores dentre elas a Toesa, o que, inclusive, aponta possível prática de lavagem de dinheiro, fatos a serem apurados em investigação própria".
Também foram presos Domício Mascarenhas de Andrade, 59 anos, homem de confiança do prefeito; o administrador do consórcio Transnit e sócio da auto lotação Ingá, João dos Anjos Silva Soares, 78; e o presidente do consórcio transoceânico, João Carlos Félix Teixeira, 54.
O prefeito foi levado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.