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Corpo de Yuka é velado na Lapa

Velório do músico, que morreu nesta sexta-feira, acontecerá até as 19h na Sala Cecília Meirelles

Marcelo Yuka dedicou sua vida a questões sociais
Marcelo Yuka dedicou sua vida a questões sociais -

O corpo do músico Marcelo Yuka chegou por volta de 14h15 deste sábado à sala Cecília Meirelles, na Lapa, Centro do Rio, onde será velado até as 19h. Ainda não há informações sobre a data e local do enterro. Dezenas de amigos e familiares acompanham o velório. Os dois irmãos do músico ajudaram a levar o caixão e o músico Marcelo D2 compareceu à cerimônia.

Yuka morreu, aos 53 anos, no fim da noite desta sexta-feira. O fundador e ex-integrante do grupo O Rappa estava internado desde o fim do ano no Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, para tratar de uma infecção. De acordo com a assessoria do hospital, Yuka morreu às 23h40, por causa de um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico.

Nas últimas semanas, Yuka já tinha sofrido um AVC e seu quadro de saúde piorou. Foi então, que ele foi deslocado para o CTI da unidade, permanecendo em estado gravíssimo, até então.

O músico ficou paraplégico em novembro de 2000 após ser baleado em um assalto, na Tijuca. Desde então, seu estado de saúde foi tendo complicações.

No auge de sua carreira musical, o novo enredo da vida do garoto criado em Campo Grande e Angra dos Reis era promissor. O disco "Lado A, Lado B", divisor de águas na história da banda e quase inteiramente composto por ele, já havia vendido aproximadamente 500 mil cópias, e o videoclipe da música "Minha Alma", de composição sua, acabara de ser consagrado o maior vencedor da história do Prêmio Video Music Brasil (VMB), da MTV, levando seis estatuetas para casa. Além disso, também faturou o Prêmio Multishow de melhor clipe do ano.

"Meu momento de maior alegria no Rappa foi quando o clipe de 'Minha Alma' ganhou vários prêmios na MTV", afirmou Yuka, em sua autobiografia, intitulada "Não se Preocupe Comigo".

O engajamento e a consciência social de Marcelo Yuka sempre estiveram presentes em suas canções e, após sua saída do Rappa, apenas se intensificaram. Em 2004, Yuka fundou o grupo F.U.R.T.O (Frente Urbana de Trabalhos Organizados), cujo carro-chefe foi a música homônima à sua biografia: "Não se preocupe comigo".

Além da banda, o músico também fundou a B.O.C.A (Brigada Organizada de Cultura Ativista) - uma ONG para levar atividades culturais para entidades carcerárias - e participou, junto ao Afroreggae, da criação da Fase (Federação de Órgãos para Assistência e Educação do Rio de Janeiro).

Mas foi apenas em 2012 que Yuka se envolveu diretamente com a política – a política institucional, partidária, fora das ruas ou das letras de suas músicas. Assim que recebeu o convite de Marcelo Freixo para ser vice na chapa do Psol à Prefeitura do Rio, o músico conta que se sentiu honrado, mas tratou com desdém: "Vocês estão malucos!".

Após ouvir melhor o programa de Freixo, acabou topando. "Cheguei ao final da campanha mais otimista do que quando entrei, especialmente ao me deparar com uma juventude com esperança política, que não está só advogando em causa própria", concluiu.

Em 2017, Yuka lançou o álbum "Canções para Depois do Ódio", seu primeiro trabalho após mais de uma década, contando com as participações de Black Alien, Céu, Seu Jorge e outros músicos e amigos.

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