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Tiroteio no Baile da Gaiola deixa ao menos dois baleados no Complexo da Penha

De acordo com informações, um confronto com policiais teria acontecido quando ocorria o Baile da Gaiola, no fim da madrugada, o que causou pânico e correria

Intenso tiroteio na saída do Baile da Gaiola assusta moradores do Complexo da Penha
Intenso tiroteio na saída do Baile da Gaiola assusta moradores do Complexo da Penha -

Um intenso tiroteio assustou moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte, neste domingo. De acordo com informações, um confronto com policiais teria acontecido quando ocorria o Baile da Gaiola, no fim da madrugada, o que causou pânico e correria. Há relatos de pelo menos duas pessoas baleadas, um ex-cabo do Exército e um adolescente de 17 anos. O Batalhão de Choque (BPChq) que faz a ação na região. 

 

Joseilton de Jesus Cavalcante, de 27 anos, guardava a moto para dentro da garagem da casa onde mora, na Rua Frei Gaspar, no Morro da Chatuba, a mais de um quilômetro de onde ocorria o baile, na Rua Cajá, por volta das 7h. Segundo o pai, Antonio Cavalcante, a madrinha e mãe de criação do baleado contou que ele foi atingido por um tiro de fuzil nas duas pernas.

Os parentes relatam que os policiais negaram socorro, dizendo que "não podiam fazer nada". Somente após ver que a vítima era um cabo do Exército, dispensado no último dia 28, é que fizeram o auxílio, além de recolher as cápsulas que estavam no chão e reter o documento do baleado.

José Silva, vizinho de Joseilton, foi chamado pela madrinha do baleado, com quem ele mora, e ajudou no socorro até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha, onde ele passa por cirurgia. O jovem fez concurso temporário de cabo para o Exército e ficou oito anos trabalhando na Diretoria de Fabricação da instituição, na Central do Brasil. Um oficial da Força Armada acompanha a situação no hospital. O ex-militar é nascido e criado na comunidade e trabalhava atualmente com entregas de moto, através de um serviço de aplicativo, e fazia curso de técnico em eletrônica.

"Ele nunca se envolveu com nada, é um homem de bem, que agora corre risco de ficar com a perna amputada por conta da negligencia dos policiais", denuncia Letícia Ísis, cunhada de Joseilton. Além do vizinho, estão presentes no local a mãe, o pai e a noiva da vítima, que chora muito e não quis falar com imprensa.

A sogra de Joseilton, que é enfermeira, acompanha os familiares dele no hospital e espera que ele se recupere. "Esperamos que ele tenha toda a assistência, uma melhora boa. Ele é um homem jovem, que sempre trabalhou, e acontece uma coisa dessas. Está correndo o risco de ficar amputado", teme ela, que preferiu não se identificar.

Algumas pessoas denunciaram que houve mais feridos na ação e policiais estavam pegando pertences e dinheiros das pessoas que estavam na comunidade. A PM ainda não deu detalhes sobre feridos, prisões ou apreensões.

Localidades como Grotão, Chatuba, Vacaria, Morro da Fé, Praça do Inter, Rua Cajá, Sacopã, Rua A e Merendiba registraram tiros, segundo a página Onde Tem Tiroteio (OTT-RJ). Vídeos publicados pelo aplicativo mostram a quantidade de disparos ouvidos na saída do evento.

Tiroteio no momento de apresentação de grupo de rap

Um vídeo mostra o coletivo de rap Poesia Acústica se apresentando no momento que começou o tiroteio. Outras imagens da página Vila Cruzeiro-RJ mostram o tiroteio na comunidade e, inclusive, os cantores deixando a comunidade após cessarem os disparos.

A reportagem tentou contato com o Poesia Acústica, mas não conseguiu falar com os representantes do grupo. O espaço está aberto para manifestação.

 

O adolescente baleado já passou por cirurgia e tem estado de saúde estável, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Não se sabe as circunstâncias em que ele foi baleado.

* Estagiária, com supervisão de Adriano Araujo