Mais Lidas

Guarda Municipal encontra carteira e localiza dono durante Carnaval no Centro do Rio

Agentes encontraram uma pochete com R$ 570, celular e documentos de um folião, que recuperou os pertences na 5ª DP (Mem de Sá)

Guarda Municipal Maciel Martins achou bolsa com dinheiro e devolveu ao dono
Guarda Municipal Maciel Martins achou bolsa com dinheiro e devolveu ao dono -

Após uma campanha da Guarda Municipal para procurar a dona de R$500 perdidos em São Cristóvão, na segunda-feira, outro caso semelhante foi registrado durante a passagem de um bloco de carnaval na Lapa, Região Central do Rio. De acordo com a Guarda Municipal, os agentes Maciel Martins e Marcos Paulo Mendes encontraram uma pochete com R$ 570, celular e documentos de um folião na Rua Mem de Sá, próximo a um estacionamento, no último sábado. O diferencial do caso, é que o dono foi localizado e os guardas marcaram a 5ª DP (Mem de Sá), na mesma rua, como ponto de encontro para a entrega dos pertences.

"Tinha muita gente passando desconfiada e não pegava. Meu parceiro pegou e abriu para achar algo que identificasse. Além dos R$ 570, tinha o celular, documentos, cartões e moedas. Depois da verificação, acionamos nosso líder operacional e informamos da situação. Acabou que o dono ligou para o celular e combinamos de nos encontrarmos na Delegacia", contou Maciel.

Maciel conta que o dono – que pulava o carnaval na região – não acreditava que tinha conseguido reaver seus pertences. "Quando ele ligou e nos identificamos como guardas, ele perguntou: 'você está falando sério? Achou mesmo?'. Na delegacia, ele ficou muito emocionado, nos abraçou e chorou. O jovem até fez uma gravação com a equipe inteira. Vale a pena ser correto, ele disse que era o dinheiro do aluguel dele, ficou muito feliz".

No entanto, essa não foi a primeira vez que o guarda passou por esse tipo de situação, embora tenha sido a primeira que o agente localizou o pertence de alguém. "Por duas já perdi a carteira dentro do ônibus e não devolveram. Tinha valor em espécie, cartões bancários, até minha carteira funcional e meu telefone de contato, para esse tipo de caso entrarem em contato. Fiquei bastante triste quando aconteceu comigo e não devolveram, com certeza viram a funcional. Não tive a mesma sorte desse rapaz", desabafou.

Vida honesta

O agente da Guarda Municipal é casado e tem uma filha de 6 anos, que ele já tenta passar os ensinamentos da avó da menina. "Ela assimila pouco ainda, mas já explicamos que se achar algo na escola e não for dela, tem que entregar. Ensinamos que isso é o correto". "Na situação da Lapa fizemos o que é uma obrigação nossa. As pessoas se assustam, porque são poucas que fazem isso, infelizmente, mas tem que agir de forma correta e honesta", completou.

"Eu acho que o que faz toda a diferença na vida do ser humano é a criação dele em casa, no âmbito familiar. Nunca esqueci dos ensinamentos da minha mãe, tem momentos que escuto minha mãe falar no meu ouvido. Você não consegue esquecer, é como matemática: quando decora não esquece mais. A família e a educação que recebe ajudam no caráter da pessoa". completou o guarda que acredita que, além da educação nas escolas, a família é muito importante na transmissão dessas atitudes.

Origem no interior da Paraíba

Maciel contou, ainda, que está há 18 anos no Rio de Janeiro, vindo de Fagundes, no interior da Paraíba. Ele é um dos oito irmãos por parte de mãe, que os criou sozinha e ensinou tudo que ele aplica hoje em seu trabalho. "Fui criado no interior da Paraíba e tive uma criação rígida, no sentido de ser honesto, correto. Minha mãe sempre me orientou a agir assim, se encontrasse algo que não nos pertencia, era para imediatamente devolver", explicou.

Com 21 anos, o agente deixou o interior da Paraíba para tentar vencer numa das principais capitais do país, estudando para passar em concursos públicos. Após ingressar na Guarda Municipal, ele ainda sonha. "Eu queria conquistar a estabilidade do emprego público, como consegui agora correr atrás do meu sonho, que é faculdade de direito".