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Vereadores cobram investigação sobre suposta propina para Crivella

Segundo reportagem da revista VEJA, o empresário Jacob Barata Filho disse em sua proposta de delação premiada que fez repasses ilegais ao prefeito do Rio

Marcelo Crivella.
Marcelo Crivella. -

Depois de perder o apoio de sua base aliada na Câmara de Vereadores e de ser alvo de um novo pedido de cassação, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), recebeu uma grave acusação. Desta vez, o empresário do ramo rodoviário, Jacob Barata Filho, acusou o gestor de ter recebido R$ 5 milhões de 2008 a 2016. A informação foi divulgada com exclusividade pela revista VEJA, nesta sexta-feira (29). Ainda de acordo com a denúncia, o Rei dos ônibus - como é conhecido Barata - teria provas dos repasses feitos a Crivella e parte do dinheiro em espécie teria sido entregue ao tesoureiro da campanha do prefeito, Mauro Macedo, primo de Edir Macedo, bispo da Universal.

Para vereadores ouvidos por O Dia, a denúncia do empresário deve ser investigada e, caso comprovada, um novo pedido de impeachment deve ser feito contra Crivella.

"Fiquei chocada, a acusação foi grave, mas carece de comprovação. É necessário que a Justiça comprove ou não as denúncias. Isso é urgente, porque não é a primeira vez que surgem denúncias envolvendo o uso da máquina pública com finalidade eleitoreira pelo prefeito. Na CPI da Comlurb, isso já ficou comprovado", destacou Teresa Bergher (PSDB).

Para Tarcísio Motta (Psol), a denúncia reforça a corrupção envolvendo políticos e as empresas de transporte rodoviário do estado.

"É mais um indício de que precisamos encerrar esse contrato vigente com a máfia dos ônibus", disse ele, referindo-se ao contrato de concessão firmado entre o município e as empresas. "A investigação precisa ser rigorosa e urgente, porque a denúncia dá conta de que o pagamento era recorrente, desde a campanha de Crivella para o Senado, em 2008. Isso só comprova que o poder dessa máfia é muito grande. A corrupção não parou no Cabral. Trata-se de uma relação que já teve consequências nefastas para o Rio".

Através de sua assessoria, Crivella informou que não vai comentar o caso. 

Rei dos Ônibus condenado

Jacob Barata Filho foi um dos onze condenados na última quinta-feira (28) pelo juiz Marcelo Brêtas, titular da 7ª Vara Criminal Federal. A condenação deu-se no âmbito da Operação Cadeia Velha, que investigou o pagamento de propinas de empresas de ônibus a políticos fluminenses. Barata recebeu pena de 12 anos de reclusão e 600 dias-multa, a um salário mínimo cada, por corrupção ativa e crime continuado.