A proposta do governo federal de cortar os concursos públicos ano que vem pegou mal entre especialistas e 'concurseiros'. A proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 confirmou as intenções do ministro Paulo Guedes de não preencher cargos deixados por servidores que se aposentarem.
Nos cursinhos o clima pesou. O consultor imobiliário Diogo Nogueira, 32 anos, estava se matriculando quando soube. "Acho um absurdo. Vou me preparar para algo que nem sei se vai acontecer", lamenta.
Em outra unidade de ensino, o engenheiro químico André Ferreira criticou: "Vai contra tudo que eu acredito. Fere os jovens, os desempregados e qualquer pessoa que busque crescimento profissional."
Mas nem todos os 'concurseiros' ficaram preocupados. Para Cláudio Michelli, o déficit no funcionalismo é grande. "A abertura de novos concursos será inevitável", aposta.
Na sala de aula, professores esclarecem dúvidas. "Os concursos públicos jamais deixarão de existir. O que deveria acabar são as indicações políticas. Isso sim geraria mais contratações. Não deixem de estudar porque o tempo entre o lançamento de editais e as provas é mínimo", diz o professor Lincoln Peixoto de Moura.
Professor de Direito Constitucional da UFRRJ, Fernando Bentes diz que a medida é midiática. "É um discurso que sinaliza ao mercado uma preocupação com gastos públicos. Mas duvido que será uma medida efetiva. É preciso ter contratações, especialmente no INSS, senão a máquina para", explica.