Na Rua Clarimundo de Melo, em Quintino, ambulantes faturaram ontem em barraquinhas que vendiam produtos religiosos, objetos em geral, comidas e bebidas. Segundo eles, é o dia santo com maior chance de lucros por causa da grande quantidade de devotos e do tempo que eles permanecem perto do templo. Com o sol à pino, uma multidão passava entre os vendedores em fila. Vestindo vermelho e branco em sua maioria, os fiéis, carregavam velas e terços em direção à Paróquia de São Jorge. Milhares foram fazer pedidos e agradecimentos ao Santo Guerreiro.
A ambulante Viviane da Silva, 39 anos, contou que conseguiu faturar mil reais vendendo artigos religiosos. Ela chegou à meia-noite para acompanhar a alvorada de fogos, às 5h. "Estão saindo muitas imagens, chaveiros e blusas", disse. Ela marca presença em todas as festas de santo no Rio e diz que a de São Jorge atrai mais que o dobro de consumidores para sua barraquinha.
"É o santo dos cariocas", diz a comerciante de velas Nayara Matheus, 23 anos. Ela segue os passos da mãe, que por anos vendeu o item na porta de igrejas. "No Dia de São Jorge as vendas aumentam até 60%", comemorou.
O vendedor Sérgio Francisco, 53 anos, faturou com a venda de 5 mil fitinhas. "Até quem trabalha na porta de igreja gosta mais de São Jorge, vende mais", brincou, afirmando vender em média mil fitas em outras datas.
Dentro da igreja, o clima era outro. A fiel Adriana Campos, 36 anos, se emocionou ao ver pela primeira vez o santuário. "Algo muito importante me trouxe aqui. Vim pedir a reestruturação da minha família", disse. "Ele me ajudou a vencer a depressão há dois anos. Enfrentei toda a fila e calor para vir aqui, a fé move montanhas", ressaltou Juliana Alchorne, 31 anos. Em outros pontos da cidade, como no Centro, também foram organizadas feijoadas gratuitas para a população de rua em comemoração à São Jorge.