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Mães esperam longas horas por atendimento em UPA na Ilha do Governador

Elas denunciam ainda que há falta de medicamentos na unidade. No final de semana, três bebês internados na unidade tiveram que ser transferidos por falta de oxigênio, o que foi negado pela direção

UPA Pediátrica da Ilha do Governador, no Cocotá. Juliana Teixeira Brás e sua filha Mirella Teixeira
UPA Pediátrica da Ilha do Governador, no Cocotá. Juliana Teixeira Brás e sua filha Mirella Teixeira -

Famílias que procuraram atendimento para os filhos na UPA Pediátrica da Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira enfrentaram longas horas de espera para que as crianças fossem atendidas. A unidade de saúde do Estado tem problemas desde sábado quando faltou oxigênio para bebês internados no local. As crianças tiveram que ser transferidas para outro lugar. O problema foi denunciado pela Rádio CBN.

A dona de casa Juliana Teixeira Braz, 31 anos, chegou à UPA nesta quarta-feira, às 8h, com a filha Mirella Teixeira Araújo, de 8 anos, e às 13h ainda não havia sido atendida. Foi a segunda vez em 24 horas que ela tentou atendimento na unidade. Neste domingo, Juliana levou a criança à  UPA porque estava com febre alta.

UPA Pediátrica da Ilha do Governador, no Cocotá - Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia -

"Ela passou somente pela triagem. Mandaram voltar para casa. Caso o estado de saúde piorasse, eu deveria voltar com minha filha. Mirella piorou e tive retornar para ser avaliada pelo pedriatra, só que até agora ela não foi atendida. Cheguei às 8h, são 13 horas e estamos esperando", reclamou Juliana, que mora na Freguesia.

A balconista Graciane Pereira, 38 anos, enfrenta o mesmo problema. A filha Larissa Pereira, de 2 anos, foi diagnosticada com catarro no pulmão e ficou aguardando ser atendida. Segundo a mãe da menina, a UPA está superlotada mas, apesar da demora no atendimento, destacou o trabalho dos médicos. "Os pediatras fazem o que podem. Mas o lugar está lotado e falta medicamento", denunciou ela.

Procurada a Secretaria Estadual de Saúde ainda não retornou o contato.

Falta de oxigênio

Devido à falta de oxigênio, três bebes tiveram que ser transferidos para outras unidades de saúde nesse domingo. Lorenna Gomes de Araújo, de apenas 1 mês e 20 dias, foi encaminhada para o Hospital Municipal Jesus, em Vila Isabel, na Zona Norte. Bryan Guedes de Azevedo, de oito meses, foi para o CER do Leblon, na Zona Sul. O estado de saúde dos dois é considerado estável.

O caso mais grave é o de Fabrício Oliveira dos Santos, de quatro meses, internado no Hospital Fernandes Figueira, no Flamengo, na Zona Sul. A saturação de oxigênio no sangue do bebê ficou abaixo de 60%, quando o nível considerado ideal é acima de 95%.

UPA Pediátrica da Ilha do Governador, no Cocotá. Juliana Teixeira Brás e sua filha Mirella Teixeira Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
UPA Pediátrica da Ilha do Governador, no Cocotá - Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia