Aos 98 anos, morre Tia Maria do Jongo

Ícone da cultura popular brasileira, Tia Maria do Jongo, de 98 anos, uma das personalidades mais importantes para a manutenção da cultura africana no País, morreu na manhã deste sábado. Baluarte do Império Serrano, símbolo maior do Jongo da Serrinha, ela passou mal na Casa do Jongo, sede da ONG que oferecia aulas da dança africana. Ela foi socorrida no PAM de Irajá, mas não resistiu. Terça-feira, Tia Maria recebeu o Prêmio Sim à Igualdade Racial na categoria Arte em Movimento.

Descendente de escravos, Tia Maria lutou durante toda sua trajetória para manter viva a tradição dos seus antepassados. Criada em meio à efervescência cultural do Morro da Serrinha, era filha de músicos mineiros que traziam para a comunidade carioca a tradição dos africanos de origem banto, grupo étnico que habita a região ao sul do deserto do Saara. O jongo, ou caxambu é um ritmo que se originou na região africana do Congo-Angola. Chegou ao Brasil com os negros bantu trazidos como escravos.