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Moradores da Maré protestam contra fim de medidas para reduzir danos em operações da polícia

Protesto acontece às 14h na Praça da Paz (Rua Evanildo Alves, esquina com a Rua Principal), na divisa entre favelas da região. Justiça extinguiu medidas que protegem moradores alegando que cabe ao estado determinar como devem ser ações policiais

Policiais em operação no Complexo da Maré, em novembro do ano passado
Policiais em operação no Complexo da Maré, em novembro do ano passado -
Os moradores do Complexo da Maré realizarão um protesto, na tarde desta quarta-feira, contra a decisão da Justiça que suspendeu as medidas que visam reduzir os danos durante operações policiais na região. A manifestação está prevista para às 14h na Praça da Paz (Rua Evanildo Alves, na esquina com a Rua Principal), na divisa entre favelas da região.
Segundo a Defensoria Pública do Estado do Rio (DPRJ), a Vara de Fazenda Pública extinguiu a ação coletiva de iniciativa da Defensoria, em parceria com a ONG Redes da Maré, alegando que cabe ao estado determinar como devem ser as ações da polícia.
A decisão provisória proibia o cumprimento de mandados de busca e apreensão em período noturno; a instalação de aparelhos de GPS, vídeo e áudio nas viaturas; a apresentação de um plano de redução de danos nas ações; e a presença de ambulâncias para socorro aos feridos.
A manifestação acontece dentro do evento "Dois anos da Marcha Contra a Violência na Maré" que, em 2017, mobilizou 5 mil pessoas no maior complexo de favelas do Rio. Participarão do ato defensores públicos e representantes de organizações da sociedade civil, com o principal objetivo "de reafirmar a importância da intervenção da Justiça em casos de graves violações de direitos como os narrados pelos moradores em decorrência das ações policiais". Segundo a Redes da Maré, foram realizadas 21 operações de janeiro a junho de 2019, enquanto que 16 ocorreram ao longo de todo o ano de 2018.
"A Marcha Contra a Violência na Maré é uma mobilização muito importante na reivindicação de uma política de segurança cidadã, que a atuação estatal se dê de acordo com a lei e respeite os direitos básicos das pessoas na Maré. Em um momento em que o Judiciário decidiu 'lavar as mãos' quanto à política de segurança que vem sendo praticada nas favelas, em que a violência tem sido exacerbada, é fundamental que a sociedade civil cobre das autoridades responsáveis que cumpram com o seu dever de fazer garantir os direitos de moradores e moradoras", destaca o defensor público Daniel Lozoya, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria (Nudedh).