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Tabela do frete é suspensa após mobilização de caminhoneiros

Nova regra foi anunciada pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres, na última quinta-feira, e desagradou a categoria

Caminhoneiros não aprovaram nova regra da ANTT e iniciaram mobilização em todo o Brasil
Caminhoneiros não aprovaram nova regra da ANTT e iniciaram mobilização em todo o Brasil -
São Paulo - O Ministério da Infraestrutura (MINFRA) solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que suspenda a resolução aprovada na última quinta-feira que instituiu o novo piso mínimo para o frete do transporte rodoviário de cargas. A decisão aconteceu após a medida desagradar os caminhoneiros e motivar uma série de paralisações marcadas para o início desta semana, em todo o Brasil.
Em um áudio enviado aos caminhoneiros, neste domingo, e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ministro diz que o governo também comete erros e afirma que a suspensão da tabela ocorrerá a partir desta segunda-feira. De acordo com a assessoria do ministério, uma audiência extraordinária está marcada para as 18h desta segunda-feira e uma nova rodada de reuniões com representantes do setor e do governo acontecerá nesta quarta.
"A ideia é reavaliar a tabela. Mas nós somos humanos, temos nossos limites, a gente erra também", disse Freitas na noite deste domingo, a um caminhoneiro. "A ideia é fazer uma revogação aí, para que a gente possa voltar a conversar num ambiente de tranquilidade para construir uma solução."

Em ofício encaminhado à agência assinado pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, é ressaltado que foi observada "uma insatisfação em parcela significativa dos agentes de transporte" e que "diferenças conceituais quanto ao valor do frete e o piso mínimo que pode repercutir na remuneração final dos caminhoneiros" devem ser novamente discutidas com a categoria.

"O diálogo segue sendo o principal mecanismo com o qual vamos buscar o consenso no setor de transportes de cargas. Por isso a importância em dar continuidade às reuniões. Estamos desde o início do ano com as portas abertas no ministério e esta tem sido a melhor forma de dar transparências às decisões que estão sendo tomadas em conjunto", explicou o ministro Tarcísio Freitas.
Os caminhoneiros se revoltaram com a tabela projetada por estudos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo.

"Entre erros e acertos, tem que ficar o acerto. Creio que vai tentar refazer e que vai subir de novo o valor. Foi uma coisa muito errada não ter caminhoneiro presente na Esalq quanto estava elaborando essa tabela. Uma coisa é teoria, outra é a prática. O Brasil não pode ter outra paralisação como a de maio de 2018", diz Josué Rodrigues, um dos líderes dos caminhoneiros autônomos.
Nas redes sociais, a categoria organizou mobilizações em rodovias de todo o Brasil para protestar contra as mudanças no frete mínimo de cargas propostas pela ANTT.
*Com informações do Estadão Conteúdo