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'Era a alegria do grupo de WhatsApp da família', diz prima de vendedor morto em tiroteio em Niterói

Thiago da Conceição Marins, de 31 anos, trabalhava numa loja de brinquedos e era pai de duas crianças

Thiago da Conceição Marins, de 31 anos, morreu após ser atingido por bala perdida em frente ao Plaza Shopping Niterói
Thiago da Conceição Marins, de 31 anos, morreu após ser atingido por bala perdida em frente ao Plaza Shopping Niterói -
Um rapaz animado que era a alegria do grupo de WhatsApp da família. É desta maneira que Aline Santos, de 33 anos, descreve a personalidade do seu primo, Thiago da Conceição Marins, de 31 anos, que foi atingido por uma bala perdida, na noite desta sexta-feira, durante um tiroteio entre criminosos e policiais, em Niterói, vindo a falecer nesta manhã no Hospital Azevedo Lima, no bairro Fonseca, após uma cirurgia para tentar conter o sangramento.
"Ele saiu pra lanchar e quando estava voltando, já no último degrau da entrada, foi baleado", conta a moça. Por uma ironia do destino, quem recebeu Thiago no hospital foi a mãe de Aline, a técnica em Enfermagem Neusa da Conceição, que faz plantão no turno da noite e madrugada. Após identificar o sobrinho, ela fez contato com a mãe dele, sua irmã, Neide da Conceição.
Neusa explica que o rapaz foi atingido por um disparo na região torácica, afetando a veia cava. "Ele teve muito sangramento, fez um estrago no rim e intestinos. Fizeram a laparotomia - abertura cirúrgica da cavidade abdominal - mas ele tinha perdido muito sangue. Recebeu transfusão mas não aguentou", disse a técnica em Enfermagem em um áudio enviado para a família.
Moradores de Jardim Alcântara, em São Gonçalo, os familiares estão abalados. A esposa de Thiago, Keny Espíndola, com quem tinha dois filhos, não acreditou na notícia. "Pouco antes do tiroteio ele tinha falado com a Keny no telefone. Ela gritou, as crianças se assustaram e agora ficam fazendo perguntas sobre o pai. Ela não sabe o que dizer, não caiu a ficha. Parece que foi uma despedida", diz.
Keny tem um filho de outro relacionamento, que Thiago cuidava como se fosse seu. Funcionário de uma loja de brinquedos, a atividade parecia se encaixar bem no perfil do rapaz. "Era um cara superfamília que adorava estar com os filhos. Ficou um bom tempo desempregado e estava feliz por trabalhar no shopping. Ele gostava muito do que fazia", conta a prima.
Segundo a advogada, a mãe da vítima está em estado de choque. "Não tem condições de resolver nada. Minha mãe e o irmão dele, Victor, que estão tomando a frente", diz. Até o fechamento desta matéria o corpo de Thiago ainda estava no hospital esperando a remoção para o IML, onde será reconhecido pela tia e pelo irmão. Ainda não há informações sobre local e horário do velório e do enterro.
"Não chegávamos a conversar sobre violência, mas obviamente sempre foi uma preocupação de toda a família, até porque eles moram no Jardim Catarina, que é uma área complicada", completa Aline, que mora em Jacarepaguá, no Rio.