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Casos de sífilis em grávidas crescem e Saúde se mobiliza

Cursos de capacitação e definição de protocolo unificado de diagnóstico e tratamento visam diminuir grande aumento no número de notificações da doença

Treinamento para profissionais de saúde sobre sífilis, no auditório da prefeitura de Macaé
Treinamento para profissionais de saúde sobre sífilis, no auditório da prefeitura de Macaé -
Macaé — O crescimento dos casos de sífilis no país, especialmente entre mulheres grávidas, é alvo de preocupação das autoridades de saúde. Em 2014, foram registrados 36 casos da doença em gestantes. Nos primeiros oito meses deste ano, já são 130 confirmações, mais da metade ocorrendo em pacientes dos 20 aos 29 anos.
Tal quadro estimulou a criação de cursos e protocolos pela secretaria de Saúde para atacar esse problema, oficializado como epidemia pelo Ministério da Saúde em 2016. Nesta semana, os profissionais da área participaram de um seminário de capacitação, em que foram definidos métodos unificados de diagnóstico, notificação e tratamento no município.
“A Vigilância em Saúde, o Programa de Saúde da Mulher e a Estratégia Saúde da Família buscaram parcerias com os profissionais do hospital municipal para revisão do protocolo e homogeneidade das ações. Dessa forma, haverá uma só abordagem, o que vai proporcionar uma comunicação mais clara e, como consequência, um tratamento contínuo”, destaca Daniela Bastos, gerente da Vigilância em Saúde.
Segundo Daniela, o grande obstáculo para combater a sífilis em gestantes é a recusa dos homens em buscar tratamento. “A adesão dos parceiros ainda é pequena. No ano passado, em Macaé, apenas 9,1% deles foram tratados para sífilis”.
Para se ter uma ideia como a doença, perfeitamente curável e com tratamento gratuito, se tornou um grande problema de saúde pública, entre 2007 e 2019 foram registrados 2.177 casos de sífilis adquirida. Desse total, foram 22% ou 483 casos apenas no ano passado. Os dados também apontam a sífilis congênita com o maior número de casos entre as mães na faixa etária de 20 a 34 anos, com 60% dos positivos em Macaé. As mães de 35 a 49 anos são 3% dos registros.
“As pessoas estão se sensibilizando e buscam realizar o teste. A sífilis, em muitos casos, não apresenta nenhum sintoma. Portanto, o município pede para que todas as pessoas que praticam ato sexual sem preservativo façam o teste. O tratamento é gratuito, sigiloso e rápido”, garante Franci Barros, bióloga da divisão de informação e análise de dados da secretaria de Saúde.
Teste rápido
O teste rápido de sífilis é prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, estando acessível para todas as pessoas, sem a necessidade de encaminhamento médico. O teste pode ser realizado no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e o Serviço de Assistência Especializada (SAE), localizado à Rua Alfredo Backer, 182, centro de Macaé.