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Investigação aponta que jogador do América foi morto pela PM

Dyogo de Brito, de 16 anos, foi morto com um tiro nas costas na Comunidade da Grota, em Niterói, em agosto deste ano. Imagens inéditas das câmeras do ônibus em que estava o avô do jovem mostram ele socorrendo o neto

O sonho interrompido de Dyogo era ser jogador de futebol profissional
O sonho interrompido de Dyogo era ser jogador de futebol profissional -
As investigações sobre a morte de Dyogo de Brito, de 16 anos, na Comunidade da Grota, em Niterói, em agosto deste ano, apontam que o tiro partiu de um policial militar. O jovem era jogador das categorias de base do América e foi socorrido pelo avô, que é motorista de ônibus e trabalhava quando viu o neto baleado nas costas caído na rua. 

"Nesse caso o que tudo indica é que se trata de um homicídio. Não houve ação nenhuma por parte do Dyogo, agressão, não estava armado, não fez menção de nada, de atirar. Naquele momento não havia troca de tiros. Não sabemos exatamente quem foi o autor do crime, mas tudo leva crer, tudo indica, pelas investigações, que se trata de policial ou de policiais”, afirmou a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, em entrevista à TV Globo.
Nesta quarta-feira, o Profissão Repórter, da TV Globo, mostrou imagens inéditas das câmeras do ônibus em que estava o avô de Dyogo. É possível ver a reação do motorista ao ver o rapaz caído na via pública. Em seguida, ele desce do ônibus e descobre que o ferido é o seu neto.
Câmeras de ônibus flagraram avô trabalhando e vendo o neto baleado na rua - Reprodução vídeo / TV Globo
Na época do crime, O DIA conversou com o avô de Dyogo, Cristõvão Brito, e ele acusou a polícia. 
"Ele estava descendo com a mochila nas costas. Em vez de chamarem ele, para ver o que tinha na bolsa, (o agente) atirou", diz Cristóvão. O motorista de ônibus conta que estava trabalhando e presenciou a morte do neto.
"Vi o corpo e pensei: 'meu neto foi treinar agora, será que é meu neto?". Ao se aproximar de Dyogo, Cristóvão Brito conta que ouviu do policial que "seu filho era traficante". "Eu falei que meu filho não é traficante: 'abre a mochila dele que vai ver a chuteirinha dele e o dinheiro da passagem", lembra.
A morte violenta do adolescente ocorreu três dias após o jovem Gabriel Pereira Alves, 18 anos, ser morto, também por uma bala perdida, enquanto esperava o ônibus num ponto da Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Zona Norte do Rio. O drama das duas famílias causou comoção e revolta.
 
 
 
 
 
 
 
O sonho interrompido de Dyogo era ser jogador de futebol profissional Arquivo pessoal
Dyogo Xavier em campo: ele foi morto em Niterói quando ia para o treino no América Arquivo Pessoal
Câmeras de ônibus flagraram avô trabalhando e vendo o neto baleado na rua Reprodução vídeo / TV Globo