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Jovem luta para provar inocência

Parentes e amigos desmentem versão da polícia e fazem corrente na internet pela soltura de Ryan

Ryan mostra carteira de trabalho
Ryan mostra carteira de trabalho -

A diarista Glauci Barcellos, 37 anos, chegava em casa depois do trabalho quando soube da prisão do filho Ryan Dias, 18 anos. PMs que faziam operação na favela do Dique, em Jardim América, Zona Norte, na sexta-feira passada, apontaram o rapaz como suspeito de tráfico. Desde então, parentes, amigos e vizinhos promovem corrente de solidariedade na Internet pela libertação do rapaz.

Segundo os policiais, Ryan foi alcançado enquanto tentava se esconder em uma residência durante um confronto na região. Os PMs disseram ter encontrado com Ryan uma mochila onde estavam um radiotransmissor, 8,5 gramas de maconha, 116 gramas de cocaína e 7,4 gramas de crack. Testemunhas, contudo, desmentem a versão da polícia.

Glauci conta que o filho se apresentou em setembro às forças armadas e queria ser paraquedista. "Meus dias têm sido de tortura. Não consigo comer, não consigo dormir direito, estou sem chão com essa injustiça que estão fazendo com o meu menino", desabafa.

Na decisão da audiência de custódia de Ryan, domingo passado, o juiz Rafael Cavalcanti Cruz considerou que restaurar a liberdade de Ryan "gera ofensa à ordem pública". Ryan Dias está encarcerado no Presídio Ary Franco, na Água Santa, em Bangu.

Colegas de classe do rapaz publicaram um vídeo nas redes sociais para defender o estudante. Nas imagens, seis alunos da Colégio Pedro Fernandes, vestindo uniforme da rede estadual de ensino, afirmam que Ryan e inocente e que esperam que ele possa retornar às aulas. Os colegas da escola contam que Ryan esperava fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos próximos dias 3 e 10 de novembro.